segunda-feira, 22 de março de 2010

O COMPANHEIRISMO É FUNDAMENTAL!


Nos últimos sete meses, vivenciando uma experiência de coordenação pedagógica bem diferente das demais vivenciadas anteriormente, tenho tido aprendizados fantásticos. Lições que me fazem refletir diariamente sobre o mundo, as pessoas e suas formas de relacionar-se umas com as outras.

Toda essa reflexão tem me feito acreditar ainda mais na força coletiva para a conquista dos grandes e importantes resultados, principalmente porque lido com a área educacional que, diga-se de passagem, não é uma das mais fáceis na tarefa em conquistar resultados imediatos, e onde, na minha opinião, o trabalho individual não atinge tanto êxito quanto o coletivo.

Costumo dizer, nos meus momentos de divagações, que os meus pensamentos correm em busca de leituras concretas sobre tudo aquilo que ele próprio fica confabulando. E nesse caso, não foi diferente. Depois de tanta reflexão sobre a melhor forma de se trabalhar em uma escola, me deparei com um belíssimo texto que retrata exatamente o que penso sobre o trabalho coletivo, ou melhor, sobre o trabalho coletivo dentro do ambiente escolar. Boa leitura!



PORTO E MAR

por Rinaldo Aparecido Meroni

O grau de sucesso que uma escola pode alcançar está ligado ao nível de companheirismo de sua tripulação

Sempre tive grande curiosidade pelo significado das palavras. Tenho viva na memória a seguinte imagem: eu, criança, junto à mesa da cozinha, à luz de vela, devorando o dicionário. Não tinha a menor noção de que quanto mais ampliasse meu vocabulário maior seria meu universo. Só fui entender isso depois. O hábito manteve-se durante a adolescência e a juventude. Ler só com o dicionário do lado. Palavra difícil não era problema – nem pra mim nem pro dicionário. Mas em algum momento minha curiosidade inclinou-se para a origem das palavras. E foi assim que descobri o brilho da etimologia. Como já disse, não sou especialista... sou curioso. E nas minhas andanças por este universo me deparei com uma palavra cujo significado marcou profundamente minha vida, transformando a forma de encarar o mundo e meu ofício de educador: o termo “companheiro”. O termo deriva da expressão latina cum panis (cum = com e panis = pão), que indica “partilhar ou dividir o mesmo pão”. O termo traduz uma ideia de comunhão tão grande entre duas ou mais pessoas a ponto de lhes permitir dividir o pão e seus segredos. A palavra ganha força na época das grandes navegações. A tripulação das caravelas formava uma companhia. Esses companheiros compartilhavam os riscos de navegar rumo ao desconhecido em busca de riqueza e glória. Dividiam o pão, os sucessos e os fracassos. Falo disso porque, em boa parte dos meus 26 anos navegando pela educação, partilhei de diversas companhias em diferentes embarcações e foi assim que compreendi que o grau de sucesso que uma escola pode alcançar está diretamente relacionado ao nível de companheirismo que sua “tripulação” consegue construir entre si e com sua comunidade. Cada escola um barco e cada barco uma tripulação, umas mais companheiras, outras nem tanto. Também descobri que não há companheirismo sem cumplicidade. São palavras irmãs. Nascem de uma mesma raiz. O termo cúmplice tem origem do latim complice, que significa “unido”, “junto”, ou seja, pessoas que se unem para a realização de um projeto. Cúmplice é parceiro. E relações parceiras podem ser positivas para as instituições escolares porque geram comprometimento profissional e responsabilidade social, coloca a escola na rota da qualidade do ensino, potencializa a execução de projetos e possibilita rica aprendizagem institucional. Todos ganham. As parcerias se tecem de forma sistêmica, unindo os nós da rede, reativando sinapses adormecidas, reconstituindo o tecido social. Nessa condição, a escola deixa de ser barco para se tornar porto de onde estabelece suas ligações com a “teia da vida”. Do porto escola nos lançamos para o mundo. Os antigos romanos perceberam isso. A palavra educação, do latim educere (ex = fora + ducere = conduzir), significa “conduzir para fora”, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo. Para tanto, é preciso que as escolas abram seus portos, conectando-se à vida e ao mundo sem fronteiras nem divisa... assim como o mar. Mas essa é outra história. Tchau!

sexta-feira, 19 de março de 2010

OS BENEFÍCIOS OBTIDOS ATRAVÉS DOS GÊNEROS QUE PRIORIZAM A ORALIDADE


Dentre os chamados gêneros textuais de cunho oral, figuram-se a entrevista, o debate, o seminário, as dramatizações, mostras culturais, dentre outros. Os mesmos funcionam como ponto de partida para o aprimoramento da oralidade com vistas a reforçar o poder de argumentação, a busca pelo conhecimento, a postura correta de exercitar a fala, além de serem ótimos aliados no combate à timidez e à inibição.

Torna-se imprescindível que esta prática pedagógica seja utilizada desde as séries iniciais, pois assim, há toda uma moldagem visando preparar os alunos para experiências futuras, como é o caso da vida acadêmica. Certamente se sentirão mais seguros e confiantes em expor seus conhecimentos diante de um público diferenciado.

Além dos benefícios anteriormente mencionados, há que se ressaltar sobre a importância de o educandos estarem aptos a exercer a fala também em situações comunicativas formais. Neste caso, o formalismo irá se sobrepor ao coloquialismo manifestado em convivências cotidianas. Portanto, deverão se adequar a um discurso seguro, claro e coerente no qual prevaleça o padrão culto da linguagem.

Diante disso, uma orientação prévia acerca do planejamento do seminário é de total relevância para a obtenção de resultados positivos, pois o propósito do educador deverá pautar-se pela real finalidade pretendida pela atividade didática. Assim sendo, algumas sugestões poderão ser de grande valia. Eis que seguem:

* Inicialmente o educador deverá sugerir fontes bibliográficas que nortearão toda a pesquisa. Enfatizando a importância de selecionar um material de apoio bem conceituado.

* Ressaltar que a pesquisa não é sinônimo de uma simples cópia de trechos, destituídos de sentido e sem a devida coesão. Ao contrário, as informações precisam atender a todos os propósitos, evidenciados pela clareza e pela objetividade.

* Destacar a necessidade de recursos audiovisuais, como a utilização de slides, cartazes, gráficos e imagens atrativas funcionando como ponto de apoio para a compreensão do que ora se pretende expor.

* Enfatizar a importância de os alunos estarem seguros e munidos de informações precisas de modo a responder possíveis questionamentos advindos do público expectador.

* Atentar-se para que haja uma verdadeira interação entre os interlocutores envolvidos no discurso, utilizando-se de estratégias motivadoras no sentido de manter a sintonia entre os mesmos, evitando o instaurar de uma atmosfera monótona.

* Finalizada a apresentação, sugerir aos educandos que realizem uma autoavaliação quanto ao desempenho por eles apresentados, a fim de aprimorarem constantemente suas competências e habilidades.

terça-feira, 16 de março de 2010

PARA REFLETIR E APRENDER - SOBRE A VÍRGULA


Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI - Associação Brasileira de Imprensa “Vírgula pode ser uma pausa... ou não”.


Não, espere.
Não espere.


Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.


Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.


Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.


A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.


A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!


Uma vírgula muda tudo. ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...

* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

sábado, 13 de março de 2010

EDUCAÇÃO INFANTIL, LUGAR DE APRENDIZAGEM

Como organizar os espaços da creche e da pré-escola e integrá-los à rotina pedagógica
Para os pequenos, quase tudo na vida é brincadeira. Por isso, na Educação Infantil, não faz sentido separar momentos de brincar dos de aprender. Essa simultaneidade pede que espaços e rotina da escola sejam planejados de modo a proporcionar multiplicidade de experiências e contato com todas as linguagens, o tempo todo. Sem abrir mão, é claro, dos cuidados com segurança e saúde. É nesse ambiente de aprendizagem que as crianças vão socializar-se e ganhar autonomia. “Dentro do espaço da Educação Infantil é necessária a integração entre o educador, o planejamento pedagógico e a organização dos lugares, que funcionam como mais um elemento educativo, como se fossem um professor a mais”, explica Elza Corsi, formadora do Instituto Avisa lá, de São Paulo. Com essa concepção, que vai muito além da visão assistencialista, órgãos como Ministério da Saúde e Ministério da Educação prepararam documentos para orientar a organização dos espaços nesse segmento. Nos próximos tópicos, você conhece essas indicações e entende como elas se relacionam com a rotina pedagógica na Educação Infantil.

CRECHE (0 a 3 anos)

Até os 2 anos de idade, as crianças apresentam necessidades muito individuais e o educador de creche tem de saber lidar com essas necessidades ao longo da rotina. “O professor precisa compreender que os espaços são importantíssimos para a criança”, diz a formadora Elza Corsi.No berçário, atender às necessidades individuais e coletivas é algo extremamente significativo. O educador tem um papel fundamental nos cuidados para manter a saúde física e psíquica do bebê – dar colo, dar banho, trocar, alimentar, ninar. Além disso, entre os 0 e os 2 anos, a criança precisa desenvolver as habilidades iniciais com a linguagem oral e conquistar os movimentos.Para tanto, o conselho é planejar detalhadamente as atividades que serão realizadas nos espaços internos e externos da escola. Ainda bebês, é recomendável que as crianças participem das primeiras rodas de história e de música, além das brincadeiras dentro e fora da sala, que as desafiem para movimentar-se. Pendurar tecidos no teto ou criar pequenos obstáculos no chão e paredes da sala de atividades e do solário com papel bolha, papel cartão, tecidos e espuma podem estimular essas conquistas e tornar os ambientes convidativos. Espelhos também são essenciais para a descoberta da identidade e da expressividade.O berço oferece cuidado e aconchego. Mas deve ser utilizado somente por aqueles que ainda não têm autonomia suficiente para sentar ou engatinhar. A partir dos 8 meses, em média, as crianças já podem dormir em colchonetes. “Se ela já tem autonomia para engatinhar e, portanto, para explorar o ambiente, o berço não pode ser uma prisão. O colchonete permite que ela acorde e imediatamente se envolva com o mundo ao redor”, afirma Elza.O período entre 2 e 3 anos é caracterizado pela formadora como “a adolescência da infância”. É quando as crianças começam a entrar no jogo simbólico, se apropriam da palavra “não”, passam a controlar os esfíncteres e fazem suas primeiras escolhas. Neste período os pequenos aprendem regras para a boa convivência com os outros e enfrentam os primeiros desafios de autocuidado, como lavar as mãos, limpar o nariz e calçar o sapato, por exemplo. Mesmo que, nesta fase, as crianças ainda tenham mais vontade de executar tarefas do que habilidade propriamente dita para concluí-las, o professor deve estimulá-las e cumprir com o papel de orientador e mediador de conflitos. Vale aproveitar o ímpeto dos pequenos e contar com a ajuda deles para que organizem espaços e criem bons hábitos. As atividades com ‘melecas’ – massinha ou tintas de pigmentos naturais –, os desenhos e as garatujas são altamente exploráveis, assim como as brincadeiras e os desafios corporais e linguísticos.Recomenda-se que, tanto para as turmas de berçário, quanto para as de minigrupo, tenha-se um educador para cada seis crianças.

BERÇÁRIO (0 a 2 anos)

1. Sala de repouso - Este espaço precisa ser bem arejado e com iluminação controlada para o conforto dos bebês. Eles podem dormir em berços – separados uns dos outros por pelo menos 50 cm para facilitar a movimentação dos adultos – ou em colchonetes devidamente higienizados, para aqueles que começarem a engatinhar. Nas paredes aplique cores suaves e no piso, revestimento de fácil limpeza. Quando necessário, coloque telas de proteção contra insetos nas janelas. Roupas de cama e chupetas não podem ser compartilhadas para evitar a transmissão de doenças. São objetos pessoais, trazidos pelos responsáveis de cada criança. No caso de berços compartilhados por mais de um bebê, coloque as fotos das crianças em cada um dos lados do berço e guarde as roupas de cama em saquinhos plásticos durante o revezamento entre os pequenos. Em certos casos, a sala de repouso também serve à amamentação, desde que colocadas poltronas para as mães, separadas por biombos do restante do ambiente. Não esqueça de equipar este espaço com pias para a lavagem das mãos e água potável para as mães e crianças. Quanto aos colchonetes, armazene-os em escaninhos, separadamente, com o lençol, ou empilhados, sem o lençol.

2. Fraldário - Equipe o espaço de higiene dos bebês com bancada e colchonetes para a troca de fraldas; prateleiras e armários para guardar as toalhas, as fraldas e os materiais de limpeza; banheiras feitas de material lavável acopladas às bancadas; cabides para pendurar toalhas e roupas e lixeiras com tampa acionada por pedal próximas dos trocadores e ao alcance dos educadores – para descarte rápido da sujeira. Enquanto uma criança toma banho, mantenha as outras em bebês-conforto.

3. Lactário - A higiene no chão, paredes e teto do lactário é fundamental para evitar a contaminação e preservar a saúde das crianças. Este é o espaço de preparo das mamadeiras e alimentação dos bebês. Jamais assopre os alimentos. Deixe que esfriem naturalmente. O ideal é instalar o lactário em um local distante dos banheiros e da lavanderia.

4. Solário - Tomar sol é importante para a fixação do cálcio nas crianças. Por isso, ter um solário – área descoberta para o banho de sol, com localização próxima das salas de repouso e atividades – compatível com o número de bebês atendidos pela instituição é importante. O ideal é ter pelo menos 1,5m² por criança, com livre trânsito para os carrinhos e desníveis no piso para oferecer desafios aos pequenos. As atividades no solário devem acontecer duas vezes ao dia, sempre antes das 10 e após às 16 horas, sendo meia hora para banho de sol e entre 40 minutos e uma hora para brincadeiras na área externa. Brinquedos grandes, como casinhas e balanços, são bem-vindos, assim como mangueiras para refrescar as crianças nos dias de muito calor.

MINIGRUPO (2 e 3 anos)

1. Salas de atividades - É importante que cada turma de crianças entre 2 e 5 anos tenha uma sala de atividades com a qual possa manter uma estreita relação de identificação. Este espaço precisa estimular as explorações, a socialização e privacidade das crianças. Instale quadro, cabides para mochilas, prateleiras, mesas, cadeiras, almofadas, colchonetes, livros, relógio, calendário, quadro de nomes e espaço para fixação de trabalhos, ao alcance das crianças. Um espelho em cada uma das salas ajuda em atividades para o desenvolvimento da identidade. Pia para a lavagem das mãos, na altura das crianças, e água potável, também são importantes – desde que cada criança tenha sua caneca individual, higienizada e facilmente identificável. Uma sugestão é aproveitar os desenhos dos pequenos para identificar as canecas. Quanto à disposição do mobiliário, evite acumular os móveis próximos à parede, já que as crianças costumam aglomerar-se nos lugares melhor estruturados. Organize cantinhos que favoreçam diferentes interações para as crianças. Mais uma dica: se possível, as salas devem ser ensolaradas, com vista para o lado nascente do sol. Se houver áreas verdes ao redor do prédio, janelas com peitoril na altura dos pequenos e os devidos cuidados para garantir a segurança o contato com a natureza certamente será ampliado.

2. Banheiros - Tente garantir um vaso sanitário, um chuveiro e um lavatório para cada 20 crianças. Todas as peças precisam ser baixas. Evite quinas e outros objetos pontiagudos, assim como chaves ou trincas nas portas. Mantenha o banheiro dos adultos em ambiente separado, com cabines de vestiário. Para facilitar a mobilidade das crianças e promover a acessibilidade, construa rampas e coloque barras de apoio nas cabines sanitárias. Sugestão que, aliás, vale para a acessibilidade de todos os espaços da instituição.

PRÉ-ESCOLA (4 e 5 anos)

A partir dos 3 anos, as crianças são capazes de executar muitas tarefas sozinhas, inclusive as de autocuidado, ainda que demorem um pouco mais para realizá-las. O tempo de orientação individual diminui e o professor pode investir muito em atividades que façam com que a criança entre de vez no jogo simbólico. As brincadeiras que reproduzem os fazeres adultos – casinha, escritório, médico – são importantes e causam fascínio nos pequenos. Percursos de corrida ou de obstáculos também proporcionam boas experiências. Nessa fase, as crianças já dominam os movimentos corporais básicos e precisam aprimorar a corrida, os pulos e as cambalhotas. As sonecas ao longo do dia também diminuem, assim como os banhos na escola.
Procure desenvolver tarefas fora da sala pelo menos duas vezes ao dia, de 40 minutos a uma hora. As atividades de linguagem oral e escrita, assim como a exploração de ambientes, também são importantíssimas. “Entre 3 e 4 anos, a criança já é capaz de ouvir uma história e recontá-la com começo, meio e fim”, observa Elza.
Entre os 4 e os 5 anos, as evidências do pensamento sincrético – que mescla realidade à fantasia para construir o conhecimento – são cada vez maiores. O professor tem de orientar os pequenos para que definam melhor as noções de tempo e espaço e comecem a solucionar problemas e encontrar explicações para os fenômenos naturais.
A rotina na escola tem de ser flexível o bastante para que o professor tome decisões sobre a duração de cada atividade. Todos os cantos das salas podem ser explorados para estimular a interação e criar atividades complementares – para garantir a autonomia do ritmo de cada criança.

1. Salas de atividades - Para cada turma de crianças entre 4 e 5 anos organize pelo menos uma sala de atividades que estimule as explorações, brincadeiras, socialização e privacidade das crianças. Estruture-as com quadro, cabides para mochilas, prateleiras, mesas, cadeiras, almofadas, colchonetes, calendário, relógio, livros e espaço para fixação de trabalhos, na altura das crianças. Também instale armários para guardar roupas, fantasias, brinquedos e outros materiais pedagógicos. Espelhos ajudam no desenvolvimento e alimentam as fantasias. Se possível, tenha em sala uma pia para a lavagem das mãos e água potável à disposição de todos. Caso contrário, tente manter os banheiros infantis próximos. Organize os cantinhos e faça com que cada um dos espaços da sala tenha algo atrativo e estimulante para a criança, oferecendo boas atividades complementares.

2. Sala multiuso - Embora as salas de atividades já sejam concebidas como salas multiuso, vale ter um espaço para atividades especiais no planejamento pedagógico da instituição. A sala multiuso pode servir como alternativa à biblioteca e sala de vídeo. Contribui para as experiências com diferentes linguagens – plástica, simbólica, musical, oral e escrita. Nela, procure colocar colchonetes, pufes, almofadas de diferentes tamanhos e texturas, televisão, DVD, aparelho de som, computador, estantes baixas com livros, além de murais na parede para a fixação de trabalhos de desenho, pintura e cenários de teatro. Se houver espaço disponível na instituição, organize um ateliê para ter mais liberdade de exploração de materiais nos trabalhos de arte, que são de extrema relevância para o desenvolvimento das crianças.

3. Banheiros - As crianças precisam ter o máximo de autonomia nos banheiros. Por isso, tente garantir um vaso sanitário, um chuveiro e um lavatório para cada 20 crianças. Todas as peças precisam ser baixas. Evite quinas e outros objetos pontiagudos, assim como chaves ou trincas nas portas. Mantenha o banheiro dos adultos em ambiente separado, com cabines de vestiário. Para facilitar a mobilidade das crianças e promover a acessibilidade, construa rampas e coloque barras de apoio nas cabines sanitárias. Sugestão que, aliás, vale para a acessibilidade de todos os espaços da instituição.

ÁREAS EXTERNAS

1. Pátio coberto - Além de ser um bom lugar para brincadeiras em dias de chuva, pode abrigar as festas e reuniões de pais. O ideal é equipar o pátio com bebedouros baixos, quadros azulejados para pinturas das crianças e um palco – que pode ser montado com módulos praticáveis – para apresentações de teatro, música e dança.

2. Parque - É um lugar que deve oferecer muita interação e desafios corporais. Estruture-o com brinquedos – escorregador, balanço, túneis, trepa-trepa, casinha –, bebedouros, bancos, duchas e torneiras acessíveis às crianças, assim como quadros azulejados para trabalhos com tinta. Invista, ainda, em pisos variados, como grama, borracha e tanques de areia. O parquinho contempla espaços ensolarados e sombreados e fica bem longe do estacionamento da instituição.

3. Espaços Verdes - São fundamentais para que as crianças explorem o ambiente e tenham contato com a natureza. Além do jardim, é possível ter horta e pomar para a realização de atividades. Mas cuidado na escolha das plantas: sementes, flores e folhas podem ser levados à boca pelas crianças.

REPORTAGEM: REVISTA NOVA ESCOLA ON-LINE, POR PAULA NADAL, MARÇO DE 2010