sábado, 2 de abril de 2011

INCLUSÃO: A ESCOLA BRASILEIRA ESTÁ PREPARADA PARA ESSE DESAFIO?

Decretado pela ONU - Organização das Nações Unidas - desde de 2008, o dia 02 de abril é o dia mundial de conscientização do autismo.

Com toda a sua complexidade, o autismo é muito mais comum do que costumamos imaginar. Conhecida oficialmente como transtorno do espectro autista, o autismo é uma síndrome que atinge diversas pessoas. São, aproximadamente, 70 milhões no mundo inteiro. No Brasil, são mais de 2 milhões. Por essa razão, assim como outras síndromes e situações que exigem um trato mais especial, faz-se necessário um olhar diferenciado, não no sentido de fortalecer as diferenças e preconceitos tão presentes em nossa sociedade, mas no sentido de averiguar o que pode ser feito para possibilitar aos seus portadores o direito a uma vida mais dígna, mais feliz.

Em homenagem à essa data, e diante de mais uma experiência significativa que tenho vivenciado enquanto educadora, resolvi trazer para a discussão um dos assuntos, na minha opinião, mais importantes atualmente na estrutura educacional brasileira: a inclusão escolar.


Conforme registra o Aurélio (2005) , incluir significa conter, abranger; fazer tomar parte; inserir, introduzir; estar incluído ou compreendido.

Mas será que é isso que vem acontecendo em nossas escolas? Será que estamos, de fato, fazendo com que o nosso sistema e currículo educacional abrajam as nossas crianças especiais? Será que elas têm tomado parte de algo? Estão sendo inseridas adequadamente? A escola as tem compreendido?

Todas essas questões têm me atormentado há algum tempo, e tamanha é minha decepção quando me deparo com as verdadeiras respostas.

Embora muito se fale em inclusão, são raríssimas as experiências escolares em que isso realmente acontece. Primeiro, porque a própria sociedade ainda não está devidamente preparada para isso, o que inclui aí a instituição escola. Segundo, porque a formação docente, que já é tão precária em outras questões, também deixa a desejar no que tange à formação prática do profissional para lhe dar com esse tipo de realidade.

Não dá para fingir que se inclui! Para fazer a inclusão é necessário que tenhamos conhecimento o suficiente, do contrário, corremos o risco de excluir mais ainda aquele que precisaria ser incluído. É necessário que tenhamos estrutura adequada, pessoal capacitado e principalmente sensibilidade para perceber que mesmo com suas limitações, essas pessoas têm muito a nos ensinar e nós temos muito a aprender com elas.

Se a educação, enquanto direito humano, tem como papel fundamental criar uma cultura de respeito à vida e à dignidade humana, combatendo preconceitos e a discriminação, o que estamos fazendo que isso ainda não consegue se expressar em nossas práticas?

Na realidade, percebo que estamos apenas no início de um longo processo, mas se temos força de vontade e queremos contribuir para que as mudanças ocorram, é necessário agirmos e colaborarmos para que tudo isso aconteça, o quanto antes.