sábado, 2 de julho de 2011

A ALEGRIA DE ENSINAR


A leitura em minha vida sempre foi algo muito presente. Apaixonei-me pelos contos, os grandes clássicos e até as mais simples, mas nem por isso menos interessantes - histórias infantis - muito cedo, o que consequentemente também me fez uma pessoa apaixonada pela escrita.

Devido a minha formação, tive a oportunidade de ampliar o meu caminho pela leitura e , nas minhas andanças pela vida, tive o enorme prazer de conhecer Rubem Alves. que além de um excelente escritor, é um grande disseminador da alegria, da paixão e do amor que envolve o ato de ensinar.

Nesses últimos dias em que precisei me debruçar nos processos avaliativos dos meus alunos, senti a necessidade de tê-lo por perto, de ouvir suas verdades , geralmente sempre poéticas e que tanto nos motivam, enquanto educadores, a buscarmos a essência do verdadeiro ato de ensinar.

Buscava inspiração, aquela que fosse capaz de abrir bem os meus olhos na hora de lançar de modo mais subjetivo a minha opinião acerca de cada um dos meus alunos, fazendo com que eu pudesse ser mais coerente e com isso pudesse cometer o mínimo de erros possíveis nesse processo tão complexo que é o processo avalitivo educacional.

Consegui. Na verdade, não somente motivação para o que eu buscava, mas também explicação e motivos suficientes para justificar a minha escolha de estar novamente professora, educadora... "pastora da alegria", pois é assim que define o grande poeta quando se refere o que realmente deveria servir como conceito para definir com grande precisão o que vem a ser um professor. Sobre isso Rubens Alves nos conta uma história que nos serve de grande lição: "... Assim se inicia a saga de Zaratustra, com uma meditação sobre a felicidade. A felicidade começa na solidão: uma taça que se deixa encher com a alegria que transborda do sol. Mas vem o tempo quando a taça se enche. Ela não mais pode conter aquilo que recebe. Deseja transbordar. Acontece assim com a abelha que não mais consegue segurar em si o mel que ajuntou; acontece com o seio, túrgido de leite, que precisa da boca da criança que o esvazie. A felicidade solitária é dolorosa. Zaratustra percebe então que sua alma passa por uma metamorfose. Chegou a hora de uma alegria maior: a de compartilhar com os homens a felicidade que nele mora. Seus olhos procuram mãos estendidas que possam receber a sua riqueza. Zaratustra, o sábio, transforma-se em mestre. Pois ser mestre é isto: ensinar a felicidade.

Ah!”, retrucarão os professores, “a felicidade não é a disciplina que ensino. Ensino ciências, ensino literatura, ensino história, ensino matemática…” Mas será que vocês não percebem que essas coisas que se chamam “disciplinam’’, e que vocês devem ensinar, nada mais são que taças multiformes coloridas, que devem estar cheias de alegria?
Pois o que vocês ensinam não e um deleite para a alma? Se não fosse, vocês não deveriam ensinar. E se é, então é preciso que aqueles que recebem, os seus alunos, sintam prazer igual ao que vocês sentem. Se isso não acontecer, vocês terão fracassado na sua missão, como a cozinheira que queria oferecer prazer, mas a comida saiu salgada e queimada…
O mestre nasce da exuberância da felicidade. E, por isso mesmo, quando perguntados sobre a sua profissão, os professores deveriam ter coragem para dar a absurda resposta: “Sou um pastor da alegria…”

Então, que sejamos tod@s pastores da alegria. Aproveitemos essa oportunidade ímpar que temos diariamente de transformar tantas outras vidas, fazendo com essa transformação nos traga, e ofereça ao mesmo tempo, felicidade, paixão e amor, pois ser professor, educador nada mais é que uma desafiadora missão de propiciar alegria àqueles que nos cercam.

2 comentários:

  1. Oi Juliana!

    Fazia um tempão que não vinha aqui no seu bog. Quanta coisa bonita de ver e de ler! Parabéns! Está uma delicia passear pelos textos.

    Abraços,

    Ana Maria Vergne

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  2. Que alegria falar em ser professor, o ato de ensinar compreende na doação do amor que tens, ser professor é entender não apenas o saber tecnicos das universidades,mas o amor.E essa mistura de amor e tecnica: o ensinar.

    Virginia

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