sábado, 10 de março de 2012

À TODAS AS MULHERES





Hoje, 08 de março, dia internacional da mulher, é um dia mais que especial para todas as mulheres. Tal afirmação não parte do fato de termos uma data específica reservada somente a nós, mas, principalmente das lembranças históricas que este dia nos traz e que evidenciam, de fato, a essência do que realmente somos: fortes, lutadoras, corajosas, impulsivas, femininas, sensíveis, delicadas, inteligentes, sábias, guerreiras, mães, esposas, namoradas, irmãs, amigas, mulher!
De modo a contribuir para a reflexão de seus leitores, seguidores e demais pessoas, o Blog "Palavras ao Vento"  disponibiliza o texto  "DOMINAÇÃO/EXPLORAÇÃO DE GÊNERO, PATRIARCALISMO E A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO", que integra  um artigo recém elaborado por mim e que faz parte dos meus registros, enquanto aluna e pesquisadora, na área dos Direitos Humanos

"DOMINAÇÃO/EXPLORAÇÃO DE GÊNERO, PATRIARCALISMO E A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO"

Discutir acerca dos processos de dominação/exploração de gênero, patriarcalismo e divisão sexual do trabalho requer que façamos uma consulta aos registros históricos a fim de verificarmos, de modo coerente, quando e onde teve origem o processo de desigualdade protagonizado até hoje pela mulher, pois ao contrário do que possamos imaginar, ao adotarmos tal postura iremos constatar que esta problemática tem uma origem bastante antiga.
Alguns fatos apontam para o período da Antiga Grécia, onde a mulher permanecia confinada aos gineceus, e neste período específico, a sociedade se valia, sobretudo, dos próprios conceitos filosóficos da época, que tinham a mulher como um ser inferior, incapaz não só racionalmente, mas até mesmo como reprodutora.
Esta mesma ideia também é fortalecida na Idade Média, quando a mulher passa a ser vista como um ser que está no mundo somente para obedecer, seguir às ordens de seu detentor ou quando muito procriar, objetivo maior dos casamentos da época, onde a mulher era “comercializada” por sua própria família, devendo ser totalmente obediente e submissa àquele a quem passasse a pertencer. Isto também é reforçado no período do Renascimento, onde a mulher, em pleno florescimento científico, passa a ser considerada incapaz de desenvolver o conhecimento, o que faz com que a ciência torne inadmissível a aceitação de uma mulher como médica, ou até mesmo reconheça qualquer atitude que possa demonstrar o seu saber, afinal de contas, isto, naquele período, era algo praticamente impossível de acontecer. O saber, o conhecimento, por sua relação direta com o poder somente poderia ser aceito quando vindo do homem. As mulheres que, de algum modo tentaram demonstrar tamanha capacidade foram alvo de um dos mais terríveis genocídios que a história já conheceu - o da caça às bruxas, cujo objetivo maior era, de fato, perseguir e destruir as mulheres que, de algum modo, viessem pôr em risco a imagem suprema destinada ao homem.
De acordo com Easlea (1981), a ciência que se estruturava, na época, fundamentava-se num processo filosófico voltado à exclusão das mulheres, contribuindo diretamente para a consolidação da sociedade patriarcal, bem como dos interesses masculinos voltados a ela em sua aplicação e resultados, o que reforça o poder do homem sobre a mulher, fazendo com que filósofos como Bacon e Descartes revelassem em suas ideias o papel de submissão destinado às mulheres, que assim como a própria natureza, deveriam ser domadas pelo ser tido como superior – o homem.
A partir de todo esse contexto histórico podemos entender como se edificou o que Saffiotti (2001) vai denominar de projeto de dominação-exploração, aquele no qual a sociedade autoriza, ou tolera, conforme é destacado pela referida autora, a punição do que tende a desviá-lo, reservando, inclusive, a seu detentor o direito de fazer uso da violência para mantê-lo nos moldes estabelecidos pela sociedade patriarcal. O que significa dizer que está tão arraigado na visão social a existência de um dominador e um dominado, que muitas vezes o que aparentemente pode ser visto como um absurdo, como é o caso da aceitação da violência, é recebido com naturalidade, como parte de um processo que necessita de tal atitude para não ser modificado.
Trazendo essa questão para a hierarquia de gênero, que é, de fato, o que nos interessa neste artigo, iremos nos deparar com o que Bourdieu aponta enquanto conceito de dominação simbólica:
A força da ordem masculina pode ser aferida pelo fato de que ela não precisa de justificação: a visão androcêntrica se impõe como neutra e não tem necessidade de se enunciar, visando sua legitimação. A ordem social funciona como uma imensa máquina simbólica, tendendo a ratificar a dominação masculina na qual se funda: é a divisão social do trabalho, distribuição muito restrita das atividades atribuídas a cada um dos dois sexos, de seu lugar, seu momento, seus instrumentos... (BOURDIEU, 1998)
Partindo dessa linha de pensamento, iremos concluir o que Saffiotti (2001) destaca quando também toma como referência este mesmo conceito de dominação trazido por Bourdieu, “que a própria dominação constitui, por si só, uma violência”. Segundo a autora
A violência simbólica impregna corpo e alma das categorias sociais dominadas, fornecendo-lhes esquemas cognitivos conformes a esta hierarquia, como já havia, há muito, revelado. (...) Trata-se de fenômeno situado aquém da consciência, o que exclui a possibilidade de se pensar em cumplicidade feminina com homens no que tange ao recurso à violência para a realização do projeto masculino de dominação-exploração das mulheres. Como o poder masculino atravessa todas as relações sociais, transforma-se em algo objetivo, traduzindo-se em estruturas hierarquizadas, em objetos, senso comum. (SAFFIOTTI, 2001)
 A partir desta compreensão é possível “entendermos” por que algumas mulheres se submetem a determinadas situações de humilhação e violência, fortalecendo esta problemática na sociedade em que vivemos, contribuindo, inclusive, para um dos piores desfechos quando se trata da violência contra a mulher – a sua própria morte.
No entanto, justamente por consequências tão drásticas como a que fora anteriormente citada, a sociedade, sobretudo a mulher, precisa se impor a essa lógica machista e desumana de se pensar a estrutura social até então imposta, que vem atravessando séculos e que continua erguida diante de nossos olhos.
É fato que algumas mudanças têm ocorrido no que tange a redução e o fim da violência doméstica. A Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) é um grande exemplo disso. Com o intuito de diminuir e, de fato, acabar com a violência doméstica e familiar contra a mulher, que atualmente ocorre de forma descontrolada em nossa sociedade, a Lei surge como um leque de esperanças e ao mesmo tempo, como resposta a uma luta árdua e constante em prol da igualdade de direitos. Mas, ainda, existe um longo caminho a ser percorrido. Para se “atrever” a ir de encontro a todo este esquema de dominação-exploração imposto pela própria sociedade, onde o homem tem poder absoluto,  a mulher precisa, de imedito, lutar por sua liberdade, o que pressupõe lutar por melhores postos no mercado de trabalho, pois até então, o que temos visto é que quando se trata de cargos para as  mulheres, à elas, estão reservados os piores, diga-se de passagem, aqueles que necessitam diretamente de subordinados. Pois, para a nossa sociedade, ainda persiste a ideia de que as mulheres precisam de subordinação. É necessário  lutar, também, pela igualdade de salários. Chega de exploração! Quantas mulheres em nosso país costumam fazer o mesmo, muitas vezes até melhor que o próprio homem e é submetida a um salário inferior, simplemente pelo fato de ser mulher. Chega de injustiça! É preciso lutar também pela ascensão social. A mulher precisa ocupar os grandes cargos, até mesmo os políticos. O fato de termos uma mulher como presidenta, mesmo depois de anos de dominação masculina no referido cargo, é mais do que uma conquista, é uma resposta à nossa sociedade de que não se trata somente de querer fazer o que o homem já faz, mas de mostrar que esse reposicionamento de gênero é possível e que enquanto mulher temos capacidade para tal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOURDIEU, Pierre. La domination masculine. Saint-Amand-Montrond, Éditions du Seuil, 1998, p.15.
BRASIL. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006.
KERGOAT. Danièle. Relações sociais do sexo e divisão sexual do trabalho. In: LOPES. Marta Julia Marques, MEYER. Dagmar Estermann, WALDOW, Vera Regina (Org). Gênero e Saúde. Ed. Artes Médicas,1996.
SAFFIOTTI, Heleieth I. B. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos. Pagu v.16, 2001, p.115-136.

OBS.: A foto apresentada neste post é de Raimunda Maria da Conceição, uma nordestina guerreira e muito corajosa, que abandonou o marido no alto sertão devido os maus tratos vivenciados durante anos, fugindo com oito filhos pequenos para tentar a sorte na capital alagoana. A escolha da imagem foi feita não somente pela representação ideal que a história de vida dessa mulher tem com a data em questão, mas , por todos os aprendizados que ela me propiciou enquanto avó materna e que fazem de mim a mulher que hoje sou. Ao longo dos seus 94 anos, encerrados em fevereiro de 2011, essa mulher incrível pôde me propiciar muitos ensinamentos, e um deles é especial para mim. Segundo ela, a luta pode ser árdua e intensa, mas ela sempre é válida quando o que está em jogo são os nossos sonhos, os nossos ideais. Que ainda conforme o que ela dizia, não deve , NUNCA, ferir os nossos valores pessoais.

sábado, 3 de março de 2012

MERCADANTE QUER UM TERÇO DOS RECURSOS DO PRÉ-SAL PARA A EDUCAÇÃO

Para ministro, repasse aos estados deve ser vinculado a prioridades. Mais recursos para a educação permitirão cumprimento do piso, disse ele

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu na manhã desta quinta-feira (1º) que a lei do pré-sal, atualmente em debate no Congresso, divida os recursos do petróleo de maneira equilibrada e respeitosa aos estados produtores, mas que "vinculando pelo menos um terço do pré-sal à educação, ciência e tecnologia" em todas as esferas do governo, pelos próximos dez anos. "Município, estado e União", afirmou ele, durante o programa "Bom Dia, Ministro".Segundo Mercadante, a proposta é uma sugestão pessoal sua. "Nós não tivemos ainda uma decisão dentro do governo", disse. O ministro considerou que, como a riqueza proveniente da reserva de pré-sal descoberta no litoral brasileiro não é renovável e deve durar poucas décadas, parte dos "recursos que vão crescer exponencialmente nos próximos anos", provenientes da exploração do petróleo, deve ser direcionada a garantir o desenvolvimento do país por meio da educação, ciência e tecnologia."É uma riqueza que vamos ter por 10, 20 anos. Os nossos netos seguramente não terão o pré-sal, nossos filhos não sei até onde terão. O que vamos deixar para o Brasil do futuro, para o Brasil pós-petróleo? Nós temos que deixar um Brasil preparado para competir na economia do conhecimento, na economia verde e sustentável e na economia criativa."Ele comparou a oportunidade que o Brasil ganhou com a reserva de petróleo à Noruega e à Venezuela, que na década de 1970 também descobriram uma grande quantidade de petróleo em seus territórios. Segundo o ministro, hoje a Noruega consegue ocupar os maiores patamares nos índices de desenvolvimento e qualidade de vida. "E a Venezuela tem os problemas que a gente conhece."Para ele, "simplesmente pegar os recursos do pré-sal e pulverizar na máquina pública sem definir prioridades" não resolve o problema do desenvolvimento. "Vamos repetir erros que outros países ricos em petróleo mas não desenvolveram."Cumprimento do piso salarialMercadante afirmou que o fortalecimento dos repasses a estados e municípios para a educação vão "sustentar uma melhora significativa de todo o sistema educacional pelo menos por uma década". Entre os outros benefícios estará o fim da polêmica a respeito do piso salarial nacional para os professores.O novo ministro da Educação, no cargo há pouco mais de um mês, defendeu mais uma vez o reajuste de 22,22%, que considerou "pesado", mas ainda baixo. "Apesar da dificuldade de pagar o piso, estamos falando de pouco mais de dois salários mínimos."Segundo ele, o aumento está vinculado ao incremento nos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Segundo ele, por lei, 60% dos recursos do Fundeb são destinados ao pagamento de salários dos docentes. Destinar parte do pré-sal ajudaria a que todos os municípios e estados cumpram o piso salarial que, de acordo com ele, deve ser crescente e progressivo. "O que não podemos é congelar o piso, tem que continuar crescente porque ele ainda está muito distante de um valor que possa atrair bons profissionais."Segundo Mercadante, o debate atual é parecido com o que aconteceu com o reajuste no salário mínimo. "Diziam que prefeituras iam quebrar, e isso não aconteceu, pelo contrário. O aumento do salário mínimo aumentou em R$ 27 bilhões o consumo nacional", afirmou o ministro. Para ele, quando há crise internacional, o consumo interno contribui para gerar empregos."Hoje não tem mais demagogia na hora da votação [do salário mínimo]. Há acordo entre centrais sindicais, governo e empresários, e o salário mínimo cresce todo ano de forma consistente."Além do aumento de repasses, o ministro afirmou ainda que os governadores devem fazer a reforma na carreira docente para garantir a estruturação da profissão. "Os estados que já fizeram a reforma do plano de carreira conseguiram equalizar [as finanças]", afirmou.Mercadante fez um apelo, porém, para que os professores não exija o cumprimento do piso por meio de greves. "O apelo que faço publicamente é que se busque o entendimento, se evite a greveporque quem paga essa conta é o estudante". Para ele, a greve prolongada não ajuda "a qualquer possibilidade de solução na educação", e "os alunos são a razão de ser do piso".

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

MEC DIVULGA VALOR DO NOVO PISO NACIONAL DE PROFESSORES EM R$ 1.451

Reajuste será de 22,22% em relação ao valor de 2011. Valor é para professor de nível médio e jornada de 40 horas semanais.

O Ministério da Educação divulgou na tarde desta segunda-feira (27) que o piso salarial nacional dos professores será reajustado em 22,22% e seu valor passa a ser de R$ 1.451,00 como remuneração mínima do professor de nível médio e jornada de 40 horas semanais. A decisão é retroativa para 1º de janeiro deste ano.Segundo o MEC, a correção reflete a variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido nacionalmente no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) de 2011, em relação ao valor de 2010. O piso aplicado em 2011 foi de R$ 1.187, e em 2010, de R$ 1.024.

A aplicação do piso é obrigatória para estados e municípios de acordo com a lei federal número 11.738, de 16 de junho de 2008. Estados e municípios podem alegar não ter verba para o pagamento deste valor e, com isso, acessar recursos federais para complementar a folha de pagamento. No entanto, desde 2008, nenhum estado ou município recebeu os recursos porque, segundo o MEC, não conseguiu comprovar a falta de verbas para esse fim.

Fonte: g1.com.br

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O LERCON – Congresso de Leitura e Contação de Histórias de Pernambuco é um evento destinado a educadores (professores, gestores, coordenadores pedagógicos, arte-educadores e contadores de história) ligados a escolas, hospitais, clínicas, e/ou ao entretenimento cultural de modo geral, interessados na discussão acerca da leitura e da contação de histórias. Trata-se de um evento projetado para atender um número aproximado de 800 participantes.
O objetivo central do LERCON é discutir a leitura no seu sentido mais amplo, como também a contação e a leitura de histórias como forma de promoção dessa leitura nos mais diversos espaços educacionais – escolares e não-escolares.

O evento terá duração de 12 horas, vivenciadas em dois dias de realização e oferece uma programação com variadas discussões sob diversas modalidades de apresentação dos temas propostos: palestras, minicursos, mesas-redondas, círculos de leitura e contação de história e momentos artístico-culturais.

Os participantes convidados a ministrarem as palestras, os minicursos, as mesas-redondas, etc., são todos pessoas reconhecidamente competentes e atuantes em suas áreas de discussão, tanto no meio acadêmico quanto no meio não-acadêmico e que têm muito a contribuir com os estudos tanto da leitura como da contação de histórias.

Desse modo, o LERCON é um evento que pretende contribuir de forma consubstancial para a discussão da leitura como promoção do saber, da cultura e da contação de história: uma estratégia possível para a formação do leitor crítico, sensível e cuidadoso.

Abaixo segue alguns links importantes acerca do evento:

INSCRIÇÕES
http://www.hmfassessoria.com.br/inscricoes.html

PROGRAMAÇÃO
http://www.hmfassessoria.com.br/programacao.html

CONVIDADOS
http://www.hmfassessoria.com.br/convidados.html

TRABALHOS
http://www.hmfassessoria.com.br/trabalhos.html

DOWNLOADS:
http://www.hmfassessoria.com.br/downloads.html

CONTATO:
http://www.hmfassessoria.com.br/contato.html

Fonte: Site do LERCON

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

2012 COMEÇA AGORA

Tem um período relevante que estou ausente deste espaço, mas os motivos que justificam esta ausência foram importantes e necessários para o meu crescimento enquanto pessoa e profissional que sou.

No último ano (2011) vive algumas experiências significativas em minha vida, assim como tantas outras , mas o fato de ter retomado à docência foi indispensável para me fazer ter certeza absoluta de que a minha escolha profissional não foi em vão.

Muitas são as pessoas que, ao longo da carreira, se deparam, em seus momentos de reflexão, e percebem que se equivocaram com a escolha feita. No meu caso, a experiência vivenciada novamente junto a uma turma do ensino fundamental, além de ter me propiciado muitas descobertas e momentos inesquecíveis, me oportunizou reafirmar a minha escolha enquanto educadora, da qual tanto me orgulho.

É evidente que os obstáculos encontrados pelo meio do caminho não foram poucos, mas o fato de me fazer acreditar numa educação humanizadora e emancipadora, cuja função maior está na formação do cidadão, desenvolvendo habilidades que possibilitem a construção do conhecimento, de atitudes e, principalmente, de valores que sejam capazes de tornar o educando uma pessoa ética, solidária, participativa e crítica, foi o suficiente para me manter forte o bastante, não me deixando desviar, em nenhum momento da minha função social maior: contribuir, enquanto educadora, para a construção de uma sociedade plural, mais digna e mais justa para todos.

Infelizmente, nem todas as pessoas acreditam nessa missão da educação, e além de vê-la como uma utopia, tentam, a todo momento, desmotivar os que resistem acreditando.

Eu, Juliana Alves, mulher, educadora e mãe faço parte desse restrito grupo que segue acreditando. E assim continuarei por muito e muito tempo.

Tento ver a educação como o processo de metamorfose de uma borboleta: inicialmente pode não ser tão fácil e belo como alguns vislumbram, mas quando se faz com amor, no tempo certo, a mudança acontece e a beleza aflora.

Bem vindos a 2012!

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A foto desse post foi tirada por mim, em outubro de 2010, quando estive no Rio de Janeiro conhecendo algumas experiências de educação que promovem a cidadania através de suas ações. A borboleta retratada era somente um casulo quando cheguei à cidade. No meu último dia em Volta Redonda, quando caminhava logo cedo pelo jardim do hotel, o casulo estava vazio e ao seu lado havia essa linda borboleta.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ÊNFASE EM TESTES EMPOBRECE A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO, DIZ NOBEL




Para economista americano, escolas estão deixando de trabalhar habilidades como motivação, controle emocional e interação social


Pressionadas pela cobrança de resultados em testes que medem o desempenho de alunos em leitura e matemática, as escolas estão cada vez mais negligenciando outras disciplinas e aspectos da formação igualmente importantes para explicar o sucesso na vida adulta. Essa crítica não é feita por alguém avesso a avaliações. Pelo contrário. O autor é o professor da Universidade de Chicago James Heckman, 67.

Ele ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2000 justamente por sua contribuição na criação de métodos estatísticos que ajudaram a medir com mais precisão o impacto de políticas públicas. Seus estudos mostram que intervenções de qualidade que beneficiam crianças de famílias pobres desde a primeira infância têm impactos duradouros na vida adulta.

Os impactos mais significativos, porém, não são medidos em testes de matemática ou linguagem. São, principalmente, o que chama de habilidades não cognitivas, como motivação, controle emocional, disciplina ou capacidade de interação social.

Essas são características que também devem ser trabalhadas pela escola e que têm impacto significativo em fatores com renda futura, envolvimento em crimes, gravidez precoce e outros apontados em seus estudos.

Alguns deles foram feitos com o economista brasileiro Rodrigo Pinto, doutorando da Universidade de Chicago que participou da entrevista.

Heckman estará em São Paulo na semana que vem para o seminário Educação para o Século 21, promovido pelo Instituto Ayrton Senna. Abaixo segue trechos da entrevista feita por telefone à Folha.


Folha - O papel da escola está sendo reduzido a preparar para testes?


James Heckman - Com certeza. É curioso porque, se pesquisarmos o que diziam os criadores desses testes, hoje aplicados a milhões de estudantes, eles sempre afirmaram que os exames captavam apenas parte do que se esperava da escola. Antes dos testes, a visão tradicional da educação era que as pessoas iam para escola para aprender a ter caráter, persistência, sociabilidade, coisas assim.
Daí surgiram medidas para avaliar outras habilidades. Foi o caso do teste de QI, criado no início do século passado para prever quem ia ser bem sucedido na escola. Um dos primeiros pesquisadores a desenvolver avaliações como essa, o psicólogo francês Alfred Binet, já admitia desde aquela época que outras habilidades importantes para o sucesso na escola não eram medidas por esses testes. O mesmo diziam os criadores do teste de Iowa, que foi uma enorme inovação nos EUA, há 60 anos, ao permitir que respostas fossem marcadas em cartões lidos por máquinas que facilitaram a aplicação de provas em massa. É irônico que o foco da escola tenha sido revertido para ensinar apenas os alunos a ir bem nesses testes. É uma subversão.
As escolas nos EUA têm abandonado aulas de música, física ou outros assuntos por entenderem que isso é irrelevante e que o que importa é ir bem em testes de leitura e matemática.
Se eu digo que algum aspecto da sua vida será recompensado e outros não, as pessoas vão naturalmente desenvolver mais a parte que é recompensada. É o que está acontecendo nos EUA. Professores e diretores estão agindo assim não porque estão interessados em desenvolver a criança, mas em prepará-las para testes para que eles sejam vistos como bons professores e diretores.


Folha - O papel da escola está sendo reduzido a preparar para testes? Mas não é importante também avaliar os estudantes para saber se estão aprendendo o básico em leitura e matemática?


James Heckman - Testes têm o seu lugar, e não estou dizendo que devam ser abolidos. Você pode medir a performance de um professor, mas não deve reduzir essa tarefa a saber se um aluno passou ou não num teste. É importante também avaliar como o estudante encara tarefas que lhe são dadas, se é perseverante, se sabe trabalhar em grupo.


Rodrigo Pinto - Um bom exemplo é o processo seletivo de Harvard. Quando alguém tenta uma vaga, não avaliam apenas o desempenho em testes. Querem saber quais atividades paralelas o candidato tem, que esporte pratica, se já foi representante de classe, como é sua rede de relacionamento social.
Harvard não faz isso só por achar interessante ter um aluno com esse perfil, mas porque sabe que esses aspectos também são importantes para definir que sucesso o estudante terá na vida adulta. Boa parte dos recursos de Harvard vêm da doação de ex-alunos, então é preocupação deles admitir quem tem maior probabilidade de ser bem-sucedido.


Folha - Essas habilidades não captadas em testes podem ser ensinadas em escolas, ou é algo que se aprende só em casa?


James Heckman - Famílias têm um papel importante. Pais ensinam aos filhos essas habilidades encorajando-os, estabelecendo limites ou dando exemplos de bom comportamento. Mas há intervenções específicas desenhadas para ensinar crianças pequenas que as ajudam a ter foco na execução de tarefas e a trabalhar com os colegas de modo organizado e disciplinado.


É o caso do programa pré-escolar Perry, iniciado nos anos 60 no Estado de Michigan com alunos pobres de três e quatro anos. As crianças vão para a sala de aula e aprendem a planejar uma tarefa, a desenvolvê-la em grupo e a avaliar o resultado com os colegas. Num trabalho, mostramos que adultos que participaram desse projeto na infância se envolveram menos em crimes, tiveram rendas maiores e ficavam menos tempo desempregados se comparados a pessoas com as mesmas características que não participaram do programa.


Folha - O papel da escola está sendo reduzido a preparar para testes?Sabe-se que o cuidado nos primeiros anos de vida é muito mais importante do que se pensava para o desenvolvimento humano. Isso significa que crianças pobres que não se beneficiaram de uma intervenção adequada até os seis anos serão casos perdidos?


James Heckman - Seria insano achar que a trajetória de um ser humano vai se resumir ao que foi feito nos primeiros anos de vida. Nunca defendi que as intervenções feitas após esse período da vida são inúteis ou que devemos parar de investir em programas para quem não teve essa oportunidade quando criança. O meu ponto é que uma política adequada para a primeira infância fará todas as intervenções posteriores mais efetivas. O custo-benefício de uma intervenção nos primeiros anos de vida é muito mais vantajoso do que tentar remediar mais tarde. Mas há muito que pode ser feito, especialmente no desenvolvimento de habilidades não cognitivas que terão impactos na vida adulta, mesmo após os dez anos.


Folha - O papel da escola está sendo reduzido a preparar para testes?Ao enfatizar o cuidado nos primeiros anos de vida, não há risco de sobrecarregarmos ainda mais as mulheres, que dedicam mais horas que os homens para educar os filhos?


James Heckman - Creio que as evidências sobre a importância do cuidado adequado nos primeiros anos e seu impacto na vida adulta valorizam e reconhecem ainda mais o trabalho que hoje, de fato, é feito principalmente pelas mulheres. Mas ninguém está dizendo que elas têm que ficar em casa cuidando dos filhos, até porque há estudos mostrando que o aumento da escolaridade e da participação das mulheres no mercado de trabalho tem impactos positivos no desenvolvimento infantil.


Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 24 de setembro de 2011

E por que não o caminho da verdade, da fidelidade, da beleza e da justiça?

Hoje eu poderia escrever sobre o pedagogo do futuro, sobre a importância de se trabalhar com a pedagogia de projetos, sobre a necessidade de um modelo de gestão democrática nos espaços educativos ... enfim, sobre os mais diversos assuntos nos quais a educação é pano de fundo. No entanto, resolvi escrever sobre algo simples, mas com uma importância tão significativa e tão intensa quanto qualquer assunto anteriormente citado e outros tantos que ficaram somente na memória. Nesse momento, resolvi escrever sobre Dona Quitéria, uma senhora, de aproximadamente 60 anos, que na tarde de hoje emocionou não somente a mim, mas a uma plateia imensa de alunos e professores do curso de pós-graduação de Educação em Direitos Humanos e Diversidade da Universidade Federal de Alagoas.

Num momento onde se discutia sobre direitos humanos, nada mais oportuno e estratégico do que ouvir essa senhora, natural de Santana do Mundaú, que muito emocionada, falava da importância que foi e que continua sendo a educação em sua vida. E que mesmo diante das mais adversas situações não se deu por vencida e foi à luta, atrás do ideal que havia trilhado para si própria.

Depois de ter vivenciado uma semana bastante turbulenta, o depoimento de Dona Quitéria surge para mim não somente como uma bela lição de vida, mas principalmente como resposta e ao mesmo tempo como afirmação de que enquanto educadora posso não ter escolhido o caminho mais fácil, mas com certeza, escolhi o mais verdadeiro, o mais fiel, o mais belo, o mais justo.

São pessoas como Dona Quitéria que alegra minha alma e me abastece de coragem para continuar lutando por uma educação libertadora para tantas outras Quitéria, Marias, Josés... pessoas humildes, que são esquecidas nos mais distantes lugarejos desse imenso Brasil, mas que como uma fênix conseguem renascer das cinzas e finalmente se tornam visíveis graças à educação que lhes é ofertada. São pessoas como Dona Quitéria que me faz perceber o verdadeiro sentido de estar educadora e que consegue me mostrar o quanto é importante desenvolver com amor um ato educativo.

É inacreditável, mas há quem questione o fato de alguns educadores quererem agir de forma correta, honesta e justa. E isso ocorre simplesmente porque alguns, além de julgarem atitudes como essas utópicas, sente-se incomodados com ações contrárias às suas. É o medo de lidar com o novo. É a dificuldade de aceitar o que é diferente.

E por falar em diferente, Dona Quitéria também conseguiu se destacar na tarde de hoje pelo simples fato de agir assim, diferente. Ela poderia aproveitar o ensejo e falar das dificuldades enfrentadas por ela e por tantos outros moradores de Santana do Mundaú que perderam praticamente tudo nas últimas enchentes aqui, em Alagoas. Mas não. Com a voz embargada e as mãos trêmulas, ela só agradeceu por todas as transformações que a educação foi capaz de fazer em sua vida.

Essa é Dona Quitéria: brasileira, mulher, mãe e avó.

domingo, 18 de setembro de 2011

MOVIMENTOS CRIAM REDE LATINO- AMERICANA DE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL PELA EDUCAÇÃO

Movimentos de 13 países da América Latina criaram, na manhã desta sexta-feira (16), a Rede Latino-americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação. O objetivo é promover a Educação inclusiva e de qualidade como prioridade das agendas públicas nacionais e da região; estabelecer estratégias e metas de colaboração de longo prazo; e promover o intercâmbio e a disseminação de experiências que contribuam para objetivos comuns.
A rede foi lançada na sessão especial do Congresso Internacional: "Educação: uma Agenda Urgente", realizado em Brasília, de 13 a 16 de setembro. O dia de trabalho do Congresso foi organizado pelo Todos Pela Educação em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O evento contou com a participação de autoridades de diferentes países, entre elas, do ministro da Educação, Fernando Haddad.
"Temos a convicção de que o intercâmbio das experiências vai nos fazer bem. A América Latina tem uma dívida histórica com a Educação. Até o século XX, a Educação era um tema nacional; agora é regional. Podemos sair todos juntos da situação de inércia e avançarmos juntos em proveito do continente, pelo direito das crianças de se desenvolverem afetivamente. O ideal é que identifiquemos os problemas e que superemos, todos juntos, essa realidade", afirmou.
Para Marcelo Perez-Alfaro, especialista sênior em Educação do BID, "a prioridade educativa é uma questão que tem de ser encarada tanto pelo setor público quanto pela sociedade civil". Marcelo Cabrol, chefe da Unidade de Educação do BID, afirmou que a rede tem o papel de facilitar a colaboração. "Estamos prontos para trabalhar e para aprender."
Princípios da redeConheça aqui os princípios da rede, segundo o documento:
"Disposição para aprender: a riqueza das experiências latino-americanas é fonte de inspiração, conhecimento e otimismo. Por isso, partimos do princípio da necessidade de aprender com nossos próprios pares, a partir de seus êxitos e dificuldades, criando uma corrente Sul-Sul de intercâmbio de experiências.
Trabalho colaborativo: ainda não temos respostas para muitos de nossos problemas educacionais, mas estamos dispostos a trabalhar coletivamente na busca de melhores práticas e soluções mais adequadas..
Estado e Educação: acreditamos que cabe ao Estado assegurar a universalidade da oferta da Educação, como um direito humano e constitucional; cabe às autoridades legitimamente constituídas manter a sua direção sob a observação da sociedade civil, a quem representam e a quem devem prestar contas com total transparência.
Corresponsabilidade: acreditamos que, sendo a Educação de qualidade um elemento crucial de desenvolvimento social, humano e econômico de nossas sociedades, o alcance de seu exercício pleno deve ser assunto de todos, e implica no cumprimento das responsabilidades de cada um. Por isso, os cidadãos devem participar ativamente da avaliação, monitoramento e desenho das políticas educacionais, de maneira que sejam verdadeiras políticas de estado.
Participação: acreditamos que é possível alcançar impacto efetivo sobre políticas educacionais e ter uma relação construtiva entre o setor público e privado por meio do diálogo e de propostas de ações positivas e razoáveis que agreguem valor."
IntegrantesAs organizações integrantes são as seguintes:
1. Argentina: Proyecto Educar 205 - 02. Brasil: Todos Pela Educação - 3. Chile: Educación 2020 - 4. Colômbia: Empresarios por la Educación - 5. Equador: Grupo Faro - 6. El Salvador: Fundación Empresarial para el Desarrollo Educativo - Fepade - 7. Guatemala: Empresarios por la Educación - 8. Honduras: Fundación para la Educación Ernesto Maduro Abreu - Ferema - 9. México: Mexicanos Primero - 10. Panamá: Unidos por la Educación - 11. Juntos por la Educación: Paraguay - 12. Peru: Empresarios por la Educación - 13. República Dominicana: Acción por la Educación - Educa.


No link abaixo é possível acessar o documento de concepção da referida rede na íntegra.
http://www.todospelaeducacao.org.br//arquivos/biblioteca/1316181732.docx

Fonte: Site Todos pela Educação

sábado, 20 de agosto de 2011

ECA NA ESCOLA



Estão abertas as inscrições para a 5ª turma do curso "ECA NA ESCOLA"


Trata-se de um curso, totalmente online, que existe desde 2009 e já capacitou mais de 5 mil professores. O objetivo maior desta ação é colaborar com a efetivação da Lei 11.575, que incluiu, no currículo do ensino fundamental, conteúdo que trate dos direitos de crianças e adolescentes, tendo como referência o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Com três meses e meio de duração e 60 horas de carga horária, o curso é uma possibilidade ímpar de ter contato com o assunto, contando com a mediação de professores conceituados, além de aulas gravadas pelos grandes especialistas em direitos e deveres de crianças e adolescentes. Parte deles, inclusive, redatores do próprio ECA.

O início oficial do curso é no dia 30 de agosto, mas a plataforma de educação à distância poderá ser acessada a partir do dia 25 para que os alunos possam se familiarizar com a mesma. O acesso é feito pelo Portal Pró-Menino, por meio do banner "ECA na Escola", na seção Cursos Virtuais, à direita do site. Lá você também vai encontrar informações detalhadas, como o programa do curso.

Abaixo segue o link para a realização da inscrição, já com a criação de um nome de usuário e uma senha de acesso. É possível clicar diretamente no link ou copiá-lo na barra de endereços do programa utilizado para acessar a internet.

http://ecanaescolaturma5.fundacaotelefonica.com/users/new?code=600367640888&cat=7


Os participantes que completarem os sete módulos e entregarem o trabalho de conclusão, que se refere a uma proposta de ação pedagógica voltada para a inclusão dos direitos de crianças e adolescentes na escola, receberão certificado emitido pela Faculdade FIA de Administração e Negócios (http://www.fia.com.br/).

Importante: são necessárias, em média, 4 horas semanais de dedicação ao curso. Passe essa informação para quem você convidar. Muitos professores, em todo o Brasil, estão interessados e o número de vagas é insuficiente para atender a todos. E lembre-se: o curso é destinado
somente a educadores de escolas públicas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

PESQUISAS MOSTRAM QUE QUANTO MAIS CEDO SE COMEÇA LER MAIORES SÃO AS CHANCES DE SE TORNAR UM LEITOR ASSÍDUO

Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. "Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores", diz Márcia Tim, professora de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP). A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras. Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos. Parece exagero? Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation) garante que, para a criança de 0 a 5 anos, cada ano ouvindo historinhas e folheando livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda. Então, o que está esperando? Veja nossas recomendações e estimule seu filho a embarcar na aventura que só o bom leitor conhece. Você pode encontrar boas dicas de livros em nossa biblioteca básica de leitura!

Abaixo seguem alguns questionamentos com suas respectivas respostas acerca da leitura:

Quais são os benefícios da leitura?
Segundo o Ministério da Educação (MEC) e outros órgãos ligados à Educação, a leitura: Desenvolve o repertório: ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às informações e, com elas, buscar melhorias para você e para o mundo. Liga o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos. Amplia o nosso conhecimento geral: além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação. Aumenta o vocabulário: graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos.Estimula a criatividade: ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens, histórias Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem. Muda sua vida: quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Facilita a escrita: ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor.

Quando começar a ler para meu filho?
O quanto antes. As pesquisas mostram que quem começa a ler cedo tem mais chances de se tornar um leitor assíduo. Mostram também que o contato com narrativas melhora o futuro desempenho da criança. Por isso, leia - ou conte as histórias que você conhece - para seu filho desde bebê. É importante usar a entonação e a emoção!

Como incentivar meu filho a ler?
Pequenos passos, como deixar os livros ao alcance das mãos e ler pelo menos 20 minutos por dia, fazem toda a diferença. Algumas dicas práticas: Dê o exemplo e leia você também. É bom para você e excelente para seu filho, que seguirá seu modelo naturalmente. Deixe os livros à mão para ele folhear e inventar histórias. Livros têm de ser vividos, usados, não podem parecer objetos sagrados. Reserve um horário para a leitura e transforme em um momento de prazer. Aconchegue-se com seu filho, leia para ele, mostrando as palavras. Quando ele crescer, ajude-o na leitura. Frequente livrarias e bibliotecas. Dê livros, gibis ou revistas de presente. Comente sempre o livro com ele. Incentive-o a falar da história e contá-la para outras pessoas. Empreste livros para os amiguinhos dele. Estimule a troca e as conversas. Estimule atividades que usem a leitura - jogos, receitas, mapas

Como escolher um livro para meu filho?
Livros com temas atraentes e linguagem adequada para cada idade são garantia de diversão. "Para conquistar os pequenos leitores, é preciso recomendar livros pelos quais eles se interessem. Tomando o cuidado, claro, de escolher obras que proponham algum tipo de reflexão e que sejam bem escritas", diz Ana Elvira Casadei Iorio, professora do Colégio São Luís, de São Paulo (SP). Cuidado para não forçar a barra - nunca obrigue a leitura nem indique obras impróprias para a sua faixa etária. "Se começarmos exigindo que eles leiam livros mais sérios e pesados, podemos perder o leitor", completa a professora.

Por que é importante que eu leia para o meu filho?
Antes de mais nada, porque isso vai estreitar o vínculo familiar... Afinal, trata-se de uma experiência compartilhada. Lendo, você ri e se emociona, mostra à criança seu lado humano e capta os sentimentos dela. Quem não se lembra da cena do filme "ET - O Extraterrestre" em que a mãe lê "Peter Pan", clássico de James M. Barrie, para a pequena Drew Barrymore: "Se você acredita em fadas, bata palmas!". E as duas batem palmas animadamente. Só Spielberg para mostrar tão bem esse momento de intimidade e alegria em família.

Quanto tempo eu devo ler para meu filho?
Nos Estados Unidos, são muitas as campanhas pró-leitura. Uma delas, da Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation, www.readingfoundation.org), que reúne instituições voltadas à disseminação da leitura, tem um slogan que diz muito em poucas palavras: "Leia com uma criança. São os 20 minutos mais importantes de seu dia". Ou seja, não é preciso ler por muito tempo, mas é importante inserir a leitura na rotina da criança e da família.

Como deve ser a leitura para crianças pré-alfabéticas?
Compartilhar uma história já é uma forma de leitura. "O fato de a criança ainda não saber ler convencionalmente não significa que não possa presenciar das mais variadas situações de leitura", explica Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP). Nesta situação, o adulto é um mediador entre a criança e o livro, ou seja, é ele quem lê para ela, de preferência com entonação e emoção. "Neste momento, o que interessa é o prazer pela leitura e o afeto que envolve o momento", reforça Clélia Cortez. Muitos dos livros para crianças em fase de pré-alfabetização são verdadeiros brinquedos. Coloridos e dobráveis, eles são muito lúdicos, o que estimula o gosto pelos livros. "Desde pequenas, as crianças devem se sentir motivadas a ler. Elas precisam perceber a leitura como um desafio interessante e prazeroso", completa Clélia Cortez.

Como escolher um livro para crianças?
É importante atentar para a adequação entre a idade da criança e a faixa etária indicada no próprio livro. Indicações de parentes, amigos e principalmente, educadores, ajudam - e muito. É válido considerar também os temas que interessam mais aos pequenos leitores. Outro aspecto fundamental é apresentar às crianças narrativas simples, porém ricas - afinal os textos precisam ter vocabulário acessível, mas não podem subestimar o pequeno leitor. "Embora possa ser menor, a narrativa tem uma riqueza na construção da linguagem, até porque as crianças dessa idade estão em processo de construção da oralidade e precisam ter boas referências. A linguagem está relacionada com o pensamento, por isso a importância de oferecer ricas narrativas", diz Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP).

Como escolher um livro para adolescentes?
Para os mais velhos, vale a pluralidade de gêneros literários e finalidades - livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que tenham personagens com os quais eles se identifiquem. O principal é, de novo, que tragam boas referências. "É nessa fase que os alunos estão começando a produzir seus próprios textos", diz a Lara Pecora Polazzo, professora do Colégio Santa Maria, de São Paulo (SP).

A leitura ajuda a aumentar o vocabulário?
Sim, a leitura ajuda a aumentar o vocabulário, pois familiariza a criança com a palavra escrita e, de quebra, ajuda a fixar a grafia correta das palavras e a construção harmônica das frases. Textos com estrutura de repetição costumam ser muito apreciados pelas crianças. São fáceis de memorizar e ainda possibilitam a identificação das palavras repetidas, o que é importante para a alfabetização. "Ao acompanhar a leitura das palavras de um livro, a criança, mesmo que ainda não seja alfabetizada, vai sendo introduzida no mundo das letras", afirma Célia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo (SP).

Como diferenciar um livro ruim de um bom?
Em tese, toda leitura é bem-vinda. Ter contato com obras de diferentes estilos é fundamental. "Livros para divertir, para imaginar, para conhecer outras culturas, para estudar; livros que abordem valores e boas atitudes, que tenham personagens com os quais as crianças se identifiquem", afirma Lara Pecora Polazzo, professora do Colégio Santa Maria, de São Paulo (SP). Por isso, não há problemas em ler com interesse - compulsão, até - best-sellers como Crepúsculo ou Harry Potter. Mas os pais têm obrigação de intermediar o contato do filho com outras experiências literárias. "A orientação de um leitor mais experiente é muito importante", diz Neusa Sallai, professora do Colégio Rio Branco, de São Paulo (SP).

É importante que eu mesmo leia?
Sim, pois o hábito da leitura é contagiante. Se os pais, volta e meia, ficam quietinhos, mergulhados num bom livro, a criança com certeza receberá a mensagem: ler é gostoso. Por isso, dê o bom exemplo. A pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", publicada pelo Instituto Pró-Livro em 2009, indica que, 55% dos entrevistados que não lêem nunca viram os pais lendo e 86% nunca foram presenteados com livros na infância. Precisamos mudar isso! Quer que seu filho leia mais? Então faça o mesmo e comece a substituir alguns momentos em frente à TV pela leitura. Sempre que estiver lendo um jornal, chame seu filho para ver algo interessante que você encontrou. Pode ser uma tirinha engraçada, uma imagem ou uma notícia do interesse dele. Não sabe que programas fazer com as crianças? Frequente livrarias. Deixe seus filhos folhearem os livros, leia histórias para eles e, quando possível, leve algum para casa. E, mesmo que você possa, não compre muitos num só dia. Procure manter o hábito de voltar lá outras vezes e levar um por vez.

Quantos livros meu filho deve ler por ano?
Segundo a Câmara Brasileira do Livro (CBL), cada brasileiro lê pouco mais de dois livros por ano. Na Inglaterra, que tem um dos melhores sistemas de ensino do mundo, a média chega a cinco livros anuais. Que tal acompanhar o ritmo dos ingleses ou, até mesmo, superá-lo?


Para quem não compra livros porque são caros, é hora de abandonar a desculpa: a maioria dos brasileiros não precisa, necessariamente, gastar aos montes nas livrarias. Segundo dados do IBGE, 85% dos nossos municípios possuem bibliotecas públicas e bem equipadas! Acostume-se a frequentá-las com o seu filho e mostre quanta coisa interessante ele pode descobrir com os livros.

sábado, 2 de julho de 2011

A ALEGRIA DE ENSINAR


A leitura em minha vida sempre foi algo muito presente. Apaixonei-me pelos contos, os grandes clássicos e até as mais simples, mas nem por isso menos interessantes - histórias infantis - muito cedo, o que consequentemente também me fez uma pessoa apaixonada pela escrita.

Devido a minha formação, tive a oportunidade de ampliar o meu caminho pela leitura e , nas minhas andanças pela vida, tive o enorme prazer de conhecer Rubem Alves. que além de um excelente escritor, é um grande disseminador da alegria, da paixão e do amor que envolve o ato de ensinar.

Nesses últimos dias em que precisei me debruçar nos processos avaliativos dos meus alunos, senti a necessidade de tê-lo por perto, de ouvir suas verdades , geralmente sempre poéticas e que tanto nos motivam, enquanto educadores, a buscarmos a essência do verdadeiro ato de ensinar.

Buscava inspiração, aquela que fosse capaz de abrir bem os meus olhos na hora de lançar de modo mais subjetivo a minha opinião acerca de cada um dos meus alunos, fazendo com que eu pudesse ser mais coerente e com isso pudesse cometer o mínimo de erros possíveis nesse processo tão complexo que é o processo avalitivo educacional.

Consegui. Na verdade, não somente motivação para o que eu buscava, mas também explicação e motivos suficientes para justificar a minha escolha de estar novamente professora, educadora... "pastora da alegria", pois é assim que define o grande poeta quando se refere o que realmente deveria servir como conceito para definir com grande precisão o que vem a ser um professor. Sobre isso Rubens Alves nos conta uma história que nos serve de grande lição: "... Assim se inicia a saga de Zaratustra, com uma meditação sobre a felicidade. A felicidade começa na solidão: uma taça que se deixa encher com a alegria que transborda do sol. Mas vem o tempo quando a taça se enche. Ela não mais pode conter aquilo que recebe. Deseja transbordar. Acontece assim com a abelha que não mais consegue segurar em si o mel que ajuntou; acontece com o seio, túrgido de leite, que precisa da boca da criança que o esvazie. A felicidade solitária é dolorosa. Zaratustra percebe então que sua alma passa por uma metamorfose. Chegou a hora de uma alegria maior: a de compartilhar com os homens a felicidade que nele mora. Seus olhos procuram mãos estendidas que possam receber a sua riqueza. Zaratustra, o sábio, transforma-se em mestre. Pois ser mestre é isto: ensinar a felicidade.

Ah!”, retrucarão os professores, “a felicidade não é a disciplina que ensino. Ensino ciências, ensino literatura, ensino história, ensino matemática…” Mas será que vocês não percebem que essas coisas que se chamam “disciplinam’’, e que vocês devem ensinar, nada mais são que taças multiformes coloridas, que devem estar cheias de alegria?
Pois o que vocês ensinam não e um deleite para a alma? Se não fosse, vocês não deveriam ensinar. E se é, então é preciso que aqueles que recebem, os seus alunos, sintam prazer igual ao que vocês sentem. Se isso não acontecer, vocês terão fracassado na sua missão, como a cozinheira que queria oferecer prazer, mas a comida saiu salgada e queimada…
O mestre nasce da exuberância da felicidade. E, por isso mesmo, quando perguntados sobre a sua profissão, os professores deveriam ter coragem para dar a absurda resposta: “Sou um pastor da alegria…”

Então, que sejamos tod@s pastores da alegria. Aproveitemos essa oportunidade ímpar que temos diariamente de transformar tantas outras vidas, fazendo com essa transformação nos traga, e ofereça ao mesmo tempo, felicidade, paixão e amor, pois ser professor, educador nada mais é que uma desafiadora missão de propiciar alegria àqueles que nos cercam.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

SEMANA DE PEDAGOGIA VAI DEBATER A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO



O Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas, o Colegiado do Curso de Pedagogia e o Centro Acadêmico de Pedagogia (CAPed) apresentam a Semana de Pedagogia 2011 com a temática geral “A atuação do(a) pedagogo(a) na contemporaneidade: desafios e possibilidades”, no período de 01 a 05 de agosto, nas instalações do prédio do Centro de Educação, no Campus A.C. Simões, Tabuleiro do Martins, Maceió. O evento busca analisar as múltiplas possibilidades de atuação que se apresentam ao(à) pedagogo(a), levando em consideração os desafios e as possibilidades que fazem parte do cotidiano dos profissionais da Educação no Brasil e, em especial, em Alagoas. Espera-se que a Semana de Pedagogia 2011 seja um espaço de reflexão, de troca de saberes sobre questões significativas na atuação do(a) pedagogo(a), mas, sobretudo, um espaço que propicie a confraternização dos sujeitos que ajudam a construir a Educação no estado de Alagoas, uma vez que “[...] as palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos.” (Rubem Alves).

Como conferência de abertura, o evento destacará a temática principal , além de mais 07 (sete) mesas-redondas e 40 (quarenta) minicursos/oficinas que vão aprofundar temáticas relacionadas ao universo docente; apresentação de trabalhos produzidos pelos estudantes de Pedagogia na forma de Comunicações Orais e Pôsteres Acadêmicos, bem como, Grupos de Trabalhos (GT) para discussão do processo de avaliação do Curso de Pedagogia, além de feira de livros e apresentações artístico-culturais.

Para realizar a inscrição junto ao evento e/ou obter maiores informações é só acessar o link http://semanadepedagogiaufal.com.br/

domingo, 19 de junho de 2011

DIREITOS HUMANOS

*São os direitos que o povo

Precisa então conhecer

Não digo nada de novo

Mas quero oferecer

Uma leitura singela

Que a moça da janela

Possa ler e entender


*Trecho do cordel: “Direitos Humanos: isto é fundamental”, de Salete Maria da Silva.


Para iniciar a minha discussão acerca dos Direitos Humanos, resolvi expor um trecho do Cordel acima, que como tudo que vem do povo para o povo traz em seu início um conceito bem singelo, mas ao mesmo tempo bastante esclarecedor sobre a definição do que vem a ser, de fato, os direitos humanos: “São direitos que o povo precisa então conhecer”.

A supracitada definição pode não ser a mais elaborada se o fato a ser considerado for a linguagem culta, mas com certeza passa a ser melhor compreendida se levarmos em consideração que aqueles que mais têm seus direitos negligenciados, muitas vezes pela negação daquilo que deveria ter acesso, são aqueles que nem à escola puderam ir, pois tiveram que lutar desde muito cedo para garantir a sua própria sobrevivência.

Sabemos que sobre os direitos humanos há uma luta histórica em relação ao seu processo de construção, onde os primeiros e principais resultados podem ser acessados, legalmente e oficialmente falando, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. O referido documento surgiu, exatamente, pela necessidade de se criar um código de conduta internacional que fosse capaz de expressar os “direitos fundamentais da pessoa humana”, em outras palavras, aqueles considerados suficientes para garantir uma vida com dignidade a todos os homens, mulheres, idosos, jovens e crianças.

Embora os direitos humanos tenham como principal objetivo a garantia de uma vida digna a todo e qualquer cidadão, somente uma minoria de nossa sociedade usufrui com excelência de algo que foi feito para todos e que deveria ser gozado por todos. Inclusive, a igualdade, juntamente com a dignidade, a liberdade e a justiça são princípios fundamentais dos próprios direitos humanos, e por essa razão, principalmente, reforça a necessidade de algo que deve ser para todos, pois parte do princípio de que dignidade não deve ser privilégio de poucos, mas uma necessidade de todas as pessoas.

Uma das características essenciais dos direitos humanos é a interdependência, o que significa dizer que todos os direitos realizam-se juntos, estão ligados uns aos outros, pois são indispensáveis, precisamos de todos a todo momento, porque a ausência de um é capaz de prejudicar todos os demais. Esta questão tem relevância fundamental na garantia de uma vida com dignidade a toda e qualquer pessoa, mas na maioria das vezes ou há uma negligência gritante quanto à efetivação de todos os direitos, ou uns são efetivados em detrimento dos outros, principalmente se a máquina pública tiver interesse na realização desses, não por querer garantir o que estabelece a Lei, mas por querer “mostrar serviço” diante das grandes mídias e com isso manter os seus currais eleitorais. É exatamente isso, na maioria das vezes, que faz com que uns direitos sejam reconhecidos e outros não. Isto é uma realidade na qual devemos ficar atentos, no intuito de fazermos com que deixe de acontecer, pois quando garantimos um direito em detrimento de outros estamos sendo incoerentes em relação a outra característica fundamental dos próprios direitos humanos, o fato de serem inseparáveis, ou seja, não se pode realizar alguns e abrir mão de outros. Para que a vida com dignidade, realmente, seja efetivada, é necessário sermos vigilantes ativos de nossa própria sociedade. Quando falo de dignidade pressuponho uma vida igualitária, libertadora e justa para toda a pessoa humana, pois somente dessa forma podemos transformar o homem em um verdadeiro cidadão.

sábado, 2 de abril de 2011

INCLUSÃO: A ESCOLA BRASILEIRA ESTÁ PREPARADA PARA ESSE DESAFIO?

Decretado pela ONU - Organização das Nações Unidas - desde de 2008, o dia 02 de abril é o dia mundial de conscientização do autismo.

Com toda a sua complexidade, o autismo é muito mais comum do que costumamos imaginar. Conhecida oficialmente como transtorno do espectro autista, o autismo é uma síndrome que atinge diversas pessoas. São, aproximadamente, 70 milhões no mundo inteiro. No Brasil, são mais de 2 milhões. Por essa razão, assim como outras síndromes e situações que exigem um trato mais especial, faz-se necessário um olhar diferenciado, não no sentido de fortalecer as diferenças e preconceitos tão presentes em nossa sociedade, mas no sentido de averiguar o que pode ser feito para possibilitar aos seus portadores o direito a uma vida mais dígna, mais feliz.

Em homenagem à essa data, e diante de mais uma experiência significativa que tenho vivenciado enquanto educadora, resolvi trazer para a discussão um dos assuntos, na minha opinião, mais importantes atualmente na estrutura educacional brasileira: a inclusão escolar.


Conforme registra o Aurélio (2005) , incluir significa conter, abranger; fazer tomar parte; inserir, introduzir; estar incluído ou compreendido.

Mas será que é isso que vem acontecendo em nossas escolas? Será que estamos, de fato, fazendo com que o nosso sistema e currículo educacional abrajam as nossas crianças especiais? Será que elas têm tomado parte de algo? Estão sendo inseridas adequadamente? A escola as tem compreendido?

Todas essas questões têm me atormentado há algum tempo, e tamanha é minha decepção quando me deparo com as verdadeiras respostas.

Embora muito se fale em inclusão, são raríssimas as experiências escolares em que isso realmente acontece. Primeiro, porque a própria sociedade ainda não está devidamente preparada para isso, o que inclui aí a instituição escola. Segundo, porque a formação docente, que já é tão precária em outras questões, também deixa a desejar no que tange à formação prática do profissional para lhe dar com esse tipo de realidade.

Não dá para fingir que se inclui! Para fazer a inclusão é necessário que tenhamos conhecimento o suficiente, do contrário, corremos o risco de excluir mais ainda aquele que precisaria ser incluído. É necessário que tenhamos estrutura adequada, pessoal capacitado e principalmente sensibilidade para perceber que mesmo com suas limitações, essas pessoas têm muito a nos ensinar e nós temos muito a aprender com elas.

Se a educação, enquanto direito humano, tem como papel fundamental criar uma cultura de respeito à vida e à dignidade humana, combatendo preconceitos e a discriminação, o que estamos fazendo que isso ainda não consegue se expressar em nossas práticas?

Na realidade, percebo que estamos apenas no início de um longo processo, mas se temos força de vontade e queremos contribuir para que as mudanças ocorram, é necessário agirmos e colaborarmos para que tudo isso aconteça, o quanto antes.

sexta-feira, 11 de março de 2011

FORMAÇÃO GRATUITA E A DISTÂNCIA PARA EDUCADORES

Pessoal,

O Instituto Ayrton Senna, dentro da sua área de formação, divulgou recentemente o seu calendário de formação para para o 1º semestre de 2011. Os cursos são realizados a distância, são gratuitos e de excelente qualidade. Não percam esta oportunidade, pois as vagas são limitadas.

Abaixo segue o cronograma com a relação dos cursos disponíveis nesse semestre.
Maiores informações é só acessar o site http://www.educacaoetecnologia.org.br./.

Boa sorte e bons estudos a tod@s!

Calendário das formações previstas para o primeiro semestre de 2011:

Fevereiro:
A infografia na prática pedagógica – período de realização: 21/02 a 03/04
Produção Textual em Ambientes Digitais – período de realização: 28/02 a 10/04

Março:
Integração da tecnologia no âmbito escolar – período de realização: 14/03 a 22/04
Redes sociais e sua aplicação na escola – período de realização: 21/03 a 01/05

Abril:
Representações visuais: desenvolvendo as competências dos alunos – período de realização: 04/04 a 13/05
Autoria coletiva e computação nas nuvens – período de realização: 11/04 a 20/05

Maio:
Mapas Conceituais – período de realização: 02/05 a 10/06
Podcast – período de realização: 09/05 a 17/06

Junho:
Uso de recursos da hipermídia na sala de aula – período de realização: 06/06 a 15/07
Práticas pedagógicas do novo professor – período de realização: 13/06 a 22/07
As inscrições são abertas e divulgadas na semana anterior ao início da formação.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

À PRÁTICA, NOVAMENTE!


Desde os meus 13 anos lido com o ato de educar. Nessa época, não sabia exatamente a dimensão e o verdadeiro sentido de tal missão, porque é assim que considero hoje o fato de está professora. Pois quando se educa, se estabelece uma troca e isso está cada vez mais claro para aqueles que se propõem a enxergar tal processo por ângulos diferentes daqueles  pelos quais a maioria da sociedade sempre enxergou.

Nas minhas andanças pela vida pude, na maioria das vezes, quando as oportunidades me permitiram, disseminar e receber novos ensinamentos, investigar, discutir, questionar, reelaborar, falar, calar, ouvir, tentar, lutar, sorrir e chorar ... são atitudes, a princípio comuns senão fossem as mudanças que estas provocaram em mim e naqueles que delas  também fizeram parte.

Hoje, novas oportunidades surgem, e que bom que o tempo nos permite amadurecermos enquanto pessoas e profissionais, pois consigo visualizar o ato de educar com uma intensidade tão profunda, como algo tão distinto e desafiador que as vezes pergunto-me se sou capaz de cumprir com tal missão.

Como sempre costumo dizer, não há coincidências em nossas vidas. Pelo menos é o que acredito! E se tal missão a mim foi confiada, mais uma vez, como nas outras oportunidades, é porque, com certeza, eu tenho muito a contribuir , como também a aprender.

Estou feliz com esse desafio! Pouquíssimos na vida nos dão a oportunidade de ouvir "Tia, você é muito importante para mim".