sábado, 24 de julho de 2010

ONU: BRASIL TEM A 3ª PIOR DESIGUALDADE DO MUNDO


Dez dos 15 países com maior concentração de renda estão na região da América Latina. Situação brasileira apresentou melhoras recentemente, mas ainda tem sérios problemas e a qualidade da educação pública é uma delas

Em  um dos mais recentes relatórios publicados, sendo o  primeiro  sobre o desenvolvimento humano para a América Latina e Caribe em que é abordado especificamente o problema da distribuição de renda, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) constatou, o que  muitos de nós já sabíamos, que a região continua sendo a mais desigual do planeta. Segundo os dados, dos 15 países do mundo nos quais a distância entre ricos e pobres é maior, 10 estão na América Latina e Caribe. O nosso país, o Brasil, tem o terceiro pior Índice de Gini que mede o nível de desigualdade e, quanto mais perto de 1, mais desigual do mundo, com 0,56, empatando nessa posição com o Equador.
Situação pior que essa só é encontrada em paises como Bolívia, Camarões e Madagascar, com 0,60; seguidos de África do Sul, Haiti e Tailândia, com 0,59, o que é uma vergonha! Para chegar a tal conclusão, o Pnud, por meio do referido relatório, considera a renda domiciliar per capita e o último dado disponível em que era possível a comparação internacional.
No caso do Brasil, porém, a desigualdade  de renda já foi bem pior, mas caiu fortemente nos últimos anos e, em 2008, especificamente, o Índice de Gini estava em 0,515, mas a situação ainda é preocupante, e o momento eleitoral que já estamos vivendo é uma excelente oportunidade para apontarmos esse tipo de problemática e exigirmos soluções viáveis e em tempo hábil para a mesma. O que precisamos fazer é não esquecermos de tudo isso nos deixando levar, principalmente agora, pelo euforismo dos preparativos em torno da próxima copa do mundo de futebol, que não deixa de ser um evento relevante para o país, mas que as vezes "cega" a população para os problemas mais essenciais que nos rodeiam.
Retomando a discussão anterior, em relação aos países da região onde a situação é um pouco mais favorável e há menos desigualdade estão relacionados Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai, com Gini inferior a 0,49. Na média, segundo o Pnud, o Índice de Gini da América Latina e do Caribe é 36% maior que o dos países do leste asiático e 18% maior que os da África Subsaariana.
O relatório, denominado Atuar sobre o futuro: romper a transmissão intergeneracional da desigualdade, mostra que a concentração de renda na região é influenciada, principalmente, pela falta de acesso aos serviços básicos e de infraestrutura, baixa renda, além da estrutura fiscal injusta e da falta de mobilidade educacional entre as gerações.
Aqui, por exemplo, no Brasil, a educação dos pais tem forte influência. A escolaridade desses influencia em 55% o nível educacional que os filhos atingirão no futuro. E hoje, um dos maiores problemas enfrentados pela instituição escola é manter uma aproximação mais direta com esses pais, de forma que os mesmos possam está mais presentes da realidade educacional de seus filhos e assim possam colaborar para melhorá-la, o que tem sido um grande desafio para a educação do país.
O estudo ainda mostra também que a classe feminina continua sendo uma das classes menos valorizadas, pois ser mulher indígena ou negra na região é, em geral, sinônimo de maior privação. As mulheres recebem menor salário que os homens pelo mesmo tipo de trabalho, têm maior presença na economia informal e trabalham mais horas que os homens. Em média, o número de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia é duas vezes maior entre a população indígena e negra, em comparação com a população branca.
Ainda segundo o relatório, a desigualdade na região é historicamente alta, persistente e se reproduz num contexto de baixa mobilidade social. No entanto, para a entidade, é possível romper esse círculo vicioso não com meras intervenções para reduzir a pobreza, mas com a implementação de políticas públicas de redução da desigualdade. Um exemplo são mecanismos de transferência de renda.
De 2001 a 2007, o gasto social cresceu 30% na região A desigualdade deve ser combatida como objetivo de política explícito, diz o documento.
Mas essa diretriz parece não ter funcionado na região. Os altos níveis de desigualdade têm sido relativamente imunes às diferentes estratégias de desenvolvimento implementadas na região, conclui o estudo.
Entre as conquistas da América Latina e Caribe, o estudo mostra que as mudanças na política social da região na década de 1990 se refletiram na distribuição de renda. O gasto público social apresentou tendência crescente e gira em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) dos 18 países da região, apesar das limitações fiscais enfrentadas pela maioria dessas economias.
Além disso, registrou-se na região um aumento do gasto social por habitante, em média, de quase 50% entre 1990 e 2001. Entre 2001 e 2007, o aumento foi de 30%. A maior parte do dinheiro concentrou-se nas áreas de seguridade e de assistência social, esta última, representada principalmente pelo aumento no número de aposentados.
A situação é preocupante, mas se uma das alternativas para tamanha problemática é a implementação de políticas públicas viáveis e que apresentem resultados concretos, é necessário criar alternativas, também, de mobilizar as pessoas a lutar por isso.
Dizem que existem muitos caminhos, não quero ser egoísta nem limitar minha visão nesse sentido, mas, particularmente falando, só consigo vizualizar a verdadeira mobilização de pessoas por meio de um processo educacional  justo e democrático, onde essas são protagonistas da ação em desenvolvimento.

OBS.: Muitas das informações registradas nesse texto tiveram como fonte bibliográfica O Jornal "O Globo".

Para quem tem interesse em saber mais informações sobre o assunto pode acessar a seguinte página da Internet: http://www.idhalc-actuarsobreelfuturo.org/site/index.php , na qual estão disponíveis todos os materiais impressos (informe, relatório executivo, revista de imprensa etc) e outros como um documentário de curta duração que pode ser assistido através do link: http://www.idhalc-actuarsobreelfuturo.org/site/actuartv.php .
Também pode ser consultando um suplemento especial elaborado em conjunto com o jornal El País, no qual mais de uma dezena de personalidades entre presidentes e ex-presidentes, escritores, acadêmicos, atores e músicos da região, escrevem artigos sobre a desigualdade. O suplemento pode ser consultado através do seguinte endereço: http://www.idhalc-actuarsobreelfuturo.org/site/suplemento.php .

Um comentário:

  1. Olá Juliana, gosto da linha que escolheu para o conteúdo do Blog.Diante do que nos cerca as pontuações precisam ser feitas. Parabéns!
    Quando puder visita meu blog : denagib.blogspot.com Os seus comentários, sugestões e opinião serão bem vindos.

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