terça-feira, 7 de setembro de 2010

COMEMORAR O QUÊ?


Quando eu era criança, no dia de hoje, costumávamos reunir toda a família para um destino certo: o desfile de 7 de setembro.
Ficava ansiosa pelo grande momento, afinal de contas, na minha inocente mente, era um momento histórico e muito importante para a nação da qual eu também fazia parte.
A expectativa era grande, e enfim chegava o tão esperado momento. Meus olhinhos de criança brilhavam diante de tantas cores que se misturavam em meio aos soldados do exército, aos marinheiros da marinha mercante e os fuzileiros naval. As bandeirinhas em verde e amarelo era presença marcante nas mãos daqueles que  acompanhavam o grande momento, e no meu caso, não era diferente. A cada passagem de uma nova tropa, de novos personagens, minhas mãos agitavam eufóricas a bandeira do Brasil.
Hoje, tenho um outro olhar para essa data. Tenho consciência plena que não se trata de um momento de comemoração, mas de reivindicação, como já faz uma parcela, ainda pequena, da população através do "grito dos excluídos". No entanto, não culpo a minha mãe pelo que a mesma fazia antigamente quando me conduzia para a orla principal da cidade para prestigiar esse tipo de comemoração, pois assim como ela milhares de brasileiros também se iludiam e ainda deixam-se iludir diante da referida data. As escolas, por exemplo, elas também fortaleciam essa  mesma corrente de que era uma data comemorativa importante. Não duvido disso! Mas é como já disse, pouco existe quando se trata de comemorar, mas muito para revindicar. E essa é talvez uma excelente oportunidade de fazer com que muitos estudantes percebam o que, de fato, há por trás deste 7 de setembro. É uma oportunidade ímpar para se fazer uma análise crítica da situação do nosso enorme país. Falar da pobreza, da miséria, da fome, da violência, enfim, mostrar o verdadeiro retrato do nosso Brasil. Quando digo isso, não tenho em mente a ideia de "chocar", mas de revelar o que muitos não conseguem perceber. Talvez depois desta reflexão muitos estudantes descubram o verdadeiro sentido dessa data. E quem sabe não passem a questionar: De que independência estamos falando? 

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