sábado, 2 de outubro de 2010

SONHOS


Depois de uma semana longe de casa, cá estou no aconchego do meu lar. Matar a saudade da família, dos amigos, receber mimos e manhas que só aqueles que nos conhecem muito bem são capazes de nos contemplar.

Após a calmaria, a cabeça volta a ferver diante de tantas novas vivências conhecidas e tantos novos conhecimentos compartilhados. Foram pessoas: adultos, adolescentes e crianças, que cheios de vontade e com muita alegria puderam expressar de modo carinhoso um pouquinho de seus sonhos. Sonhos grandes, pequenos, fáceis, difíceis, mas não impossíveis quando se põe a alma na trajetória pela sua conquista. Sonhos motivados pela esperança e pelo grande desejo de que a transformação social pode sim ser resultado de um processo coletivo, democrático, crítico e libertador.

Acreditar em tudo isso, aparentemente não é fácil, mas para os verdadeiros educadores a vida é sempre um grande desafio e encontrar a forma de encará-la de um jeito mais prático e menos doloroso é uma das nossas funções.

Motivar vontades, compartilhar ideias, mobilizar pessoas, incentivar mudanças, são ações sempre presentes em nossas vidas e na de muitos outros educadores Brasil a fora. E como é maravilhoso saber que os nossos sonhos não são tão solitários como imaginávamos. E que a luta por uma educação transformadora e libertadora é prioridade, também, em outros tantos cantos do nosso país.

Puxa! Bacana saber que mesmo numa sociedade tão capitalista como é a nossa, cujos processos educativos, em sua grande maioria, atendem ao modelo elitista, ainda existem pessoas preocupadas com o seu próximo e dispostas a colaborar para que essa realidade seja transformada. Pessoas as quais eu considero verdadeiros educadores, que refletem com clareza a imagem descrita por Rubem Alves em Conversas com quem gosta de ensinar: "Educadores habitam um mundo onde o que vale é a relação que os liga ao aluno, sendo que cada aluno é uma entidade sui generis, portador de um nome, também de uma estória, sofrendo tristezas e alimentando esperanças". E que também me faz recordar aquele apontado por Freire em Pedagogia da Autonomia, principalmente no que diz respeito ao reconhecer a origem de seus educandos, pois segundo o grande mestre, o verdadeiro educador precisa ter consciência que o ser humano é um ser condicionado a uma sociedade, a uma história, a uma cultura e essas características devem ser respeitadas e devem está presentes no ato de ensinar, fazendo com que os educandos possam refletir sobre sua própria existência. São esses "detalhes" que fazem o diferencial naqueles que podem, de fato, serem considerados, grandes educadores.

Para o meu alívio, ainda existem alguns , e mesmo que a batalha seja árdua, enquanto existirem, a educação deixará de ter como meta um produto final, onde os números falam mais alto, independente da qualidade, para se transformar num processo grandioso, capaz de contribuir para a reflexão e consequentemente para a liberdade de muitos.
Sigamos alimentando os sonhos, pois eles são essenciais para as grandes realizações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO, POR FAVOR!