sábado, 15 de janeiro de 2011

CURSOS A DISTÂNCIA TOTALMENTE GRATUITOS



O CEDERJ,   criado em 2000, com o objetivo de levar educação superior, gratuita e de qualidade a todo o Estado do Rio de Janeiro,  é um  consórcio formado por seis universadades públicas: *UENF,*UERJ, *UFF, *UFRJ, *UFRRJ e *UNIRIO, e conta atualmente com cerca de 26 mil alunos matriculados em seus 10 cursos de graduação a distância.

Além dos cursos de graduação, a diretoria de extensão, através da Fundação CECIERJ, oferece cursos de QUALIFICAÇÃO, ATUALIZAÇÃO e APERFEIÇOAMENTO a tod@s aqueles que apresentam interesse e atendem os pré-requisitos definidos, baseada no princípio de que todo indivíduo deve estudar durante toda a sua vida, pois esta é a chave para a constução da sociedade do conhecimento.

Quem tiver interesse em conhecer os cursos oferecidos e até mesmo realizar a inscrição em um deles é só acessar o link abaixo:


Boa sorte!
___________________________________________________________________

*UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense
*UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
*UFF - Universidade Federal Fluminense
*UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
*UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
*UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

domingo, 9 de janeiro de 2011

POR QUE BRINCAR?

A importância da brincadeira no processo de desenvolvimento da criança

Lápis, caderno, chiclete, peão
Sol, bicicleta, skate, calção
Esconderijo, avião, correria,
Tambor, gritaria, jardim, confusão

Bola, pelúcia, merenda, crayon
Banho de rio, banho de mar,
Pula sela, bombom
Tanque de areia, gnomo, sereia,
Pirata, baleia, manteiga no pão

Giz, merthiolate, band aid, sabão
Tênis, cadarço, almofada, colchão
Quebra-cabeça, boneca, peteca,
Botão. pega-pega, papel papelão

Criança não trabalha
Criança dá trabalho
Criança não trabalha

1, 2 feijão com arroz
3, 4 feijão no prato
5, 6 tudo outra vez

O texto registrado acima trata-se da letra da música "Criança não trabalha", de autoria de Arnaldo Antunes e Paulo Tatit, e que faz muito sucesso com o grupo Palavra Cantada.

Como podemos observar, a letra da referida música faz um destaque às brincadeiras, brinquedos e objetos de nossa infância, apontando para uma das etapas essenciais na vida de qualquer criança: O ATO DE BRINCAR.

Mas o que é, de fato, o brincar? Que relevância tem esse ato no processo de desenvolvimento da criança?

A palavra brincar vem da junção BRINCO + AR, que origina-se do latim VINCULUM, que significa LAÇO, UNIÃO. Por essa razão, é possível afirmar que o ato de brincar, desde a origem da palavra, constitui-se numa atividade de ligação, vínculo com algo em si mesmo e com o outro, pois é por meio da brincadeira que a criança desenvolve capacidades como descobrir, escolher e recriar.

Conforme destaca Marilena Flores Martins, atual presidente da Associação Brasileira pelo Direito de Brincar e autora do livro "Brincar é Preciso", o ato de brincar contribue significativamente no processo de desenvolvimento da criança, pois, segundo a autora, "brincar faz com que as crianças mudem cada estágio de desenvolvimento, permitindo-lhes fazer amigos, resolver dificuldades, seguir seus instintos, pensar e aprender com os outros." Durante a ação de brincar, a criança começa a perceber seus próprios limites, tornando-se mais tolerante e aprendendo a lidar melhor com as frustrações.

Mesmo apresentando tantos fatores que beneficiam cognitivamente e emocionalmente a criança, o ato de brincar, atualmente, tem ficado cada vez mais escasso. A ideia de que brincar é uma grande perda de tempo, que tem origem num passado bem distante, mas que perpetua até os dias atuais, tem contribuído para que muitas crianças sejam privadas de tal direito.

Infelizmente, muitas vezes, as consequências de tal privação são bastante drásticas, principalmente quando a brincadeira dá lugar ao trabalho infantil. Segundo os mais recentes indicadores sobre o assunto, divulgados pelo ¹IBGE  e com base nos resultados do ²PNAD, o Brasil continua liderando o ranking de crianças que trabalham. Conforme os resutados, o pais, atualmente, alcança a marca de 1,637 milhão crianças entre 5 e 14 anos, o que equivale a 5%, metade do  percentual de toda a América Latina e Caribe, que ao todo, somam 10%.

Embora haja reconhecimento de quanto isso é prejudicial ao desenvolvimento da criança, ainda é irrelevante o percentual de pessoas, sejam essas pais, mães e/ou educadores, que valorizam o ato de brincar, o considerando tão importante quanto o ato de trabalhar ou até mesmo estudar.

Diante das armadilhas impostas pelo capitalismo, as classes sociais acabam dividindo-se em em dois caminhos distintos: as classes mais pobres, na grande maioria, obrigam os filhos a trabalharem para aumentar a renda familiar e com isso garantir a sobrevivência da família; Enquanto que as mais ricas, procuram ocupar seus filhos com a maior quantidade possível de atividades relacionadas ao estudo, procurando desta forma garantir o sucesso profissional dos mesmos, mesmo que de forma bastante imatura e muitas vezes equivocada.

Como é possível observarmos, em ambas realidades, o direito  à brincadeira acaba sendo negligenciado em detrimento de outras obrigações impostas pelos adultos, o que é lamentável, pois muito do que somos ou que até mesmo deixamos de ser, com certeza, firmou-se nos momentos de brincadeiras que tivemos em nossa infância: "Os pais precisam saber que brincar desenvolve todas as habilidades e qualidades necessárias para um desempenho de sucesso, seja na vida pessoal ou profissional", afirma Marilena Flores Martins, com a qual eu concordo plenamente, enquanto mãe e educadora que sou.
 __________________________________________________________________
¹ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
² Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

A criança da foto é Davi, meu sobrinho de 1 ano e meio. 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

OS DESAFIOS DA PRESIDENTE DILMA NA ÁREA EDUCACIONAL



Conforme todos nós tomamos conhecimento, no último dia 01 de janeiro, a então candidata eleita Dilma Rousseff, assumiu o cargo de presidente da república do nosso país.

Ao assumir tal cargo, além de entrar para a história como a primeira mulher a chegar à presidência do Brasil, Dilma abarca também muitos desafios e entre estes, com certeza, estão os desafios da área educacional.

Para início de conversa, é importante lembrarmos que para ajudá-la nessa grande tarefa, que com certeza não é uma das mais fáceis, está a postos Fernando Haddad, que continua a ocupar o cargo de ministro da educação na gestão de Dilma.

De imediato, já se sabe que  a então presidente terá acesso a 9 bilhões a mais para melhorar o ensino do nosso país. Mas onde e como deverá ser aplicado esse investimento?

Entre as prioridades que permeiam essa área e que merecem muita atenção, quero destacar quatro delas, pois considero importantíssimas para que o pais possa alcançar, de fato,  o desafio de melhorar a sua qualidade educacional. Vejamos:

INVESTIMENTO

Não dá para se pensar em qualidade sem levar em consideração o percentual de investimento do nosso país em relação à educação. Sabemos, é claro, que nos últimos oito anos houve uma diferença significativa em relação a isso, mas ainda é pouco se tomarmos como base o percentual de investimento de outros países tido  como bons no campo educacional. Atualmente, o Brasil, investe cerca de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) nessa área, enquanto que o recomendado é de pelo menos 8%, conforme aponta a avaliação feita pelo UNICEF - Fundo das Nações Unidas pela Infância -  a partir dos dados obtidos através do relatório A situação da Infância e da Adolescência Brasileira - O direito de Aprender, lançado em 2009.
Para este ano, o que já se sabe, é que o FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica - deve ter um aumento em torno de 13,7% em relação a 2010. Com isso, o custo-aluno que hoje é de R$ 1.414,85 deve alcançar o valor de R$ 1.722.05, conforme registra a Portaria Interministerial de nº 1.459, publicada ontem (03/01/2011) no Diário Oficial da União.


ACESSO À ESCOLA

Embora estejamos em pleno século XXI, parece que a realidade fala muito mais alto do que mostrou os últimos índices apresentados durante as campanhas eleitorais. E o problema de acesso à escola, que parecia pertencer a um passado mesmo que recente, está muito mais presente do que imaginamos. Engana-se, quem pensa que, de fato,  todas as crianças, em idade escolar, estão na escola. Segundo dados obtidos também pelo UNICEF em relação a essa questão, mais de 600 mil crianças entre 7 e 14 anos nunca frequentou uma sala de aula. Em relação aos menores, com até 3 anos de idade, somente 17% têm acesso a creche. Para piorar a situação, os mais pobres, principalmente das áreas rurais, são os que mais sofrem com essa problemática. A ausência de prédios escolares nessas áreas mais distantes é o que piora toda a situação.

QUALIDADE DOCENTE

Atualmente, um dos grandes problemas no campo educacional brasileiro está esboçado claramente no resultado final como o aluno chega à univesidade. Isso é, quando se consegue tão grande mérito. A grande maioria, apresenta muita dificuldade de leitura e interpretação e redige com sérios erros ortográficos. Tudo isso, dá-se, além de outros fatores, pela baixa qualidade do profissional que está a frente do processo de formação destes.
Diante de tal situação, faz-se necessário criar estratégias que possam atrair bons profissionais para a área educacional. É importante apresentar ideias que estimulem os bons estudantes a ingressar na carreira docente. Além, é claro, da modificação no processo de seleção desses educadores. Está mais do que na hora de se perceber que uma prova de múltipla escolha é insuficiente para definir quem ficará responsável pela formação das nossas crianças e adolescentes. Até o momento, muito pouco, para não dizer nada, foi feito feito nessa linha.

ANALFABETISMO

Mesmo com "rios" de dinheiro investidos em programas de erradicação, o analfabetismo  ainda é um dos grandes "gargalos" da esfera educacional brasileira. Os últimos dados apontados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no finalzinho do ano passado, mostram que existe cerca de 14 milhões de analfabetos em nosso país. Em relação a essa questão específica, além da miserabilidade que assola essa mesma população, a impedindo de frequentar uma sala de aula, posso afirmar, com conhecimento de causa,  que a forma como são desenvolvidos alguns dos programas de erradicação à alfabetização, principalmente no que tange a metodologia, com certeza, é uma das principais razões para tal fracasso. É necessário darmos uma atenção maior a isso para que a mudança possa acontecer no futuro, o que espero ser próximo.

Bom, conforme especifiquei no início, quis destacar essas quatro pioridades, pois, a meu ver, são importantíssimas, conforme já registrei anteriormente, para alcançarmos a tão sonhada qualidade educacional.

É claro, que há muitas outras, e que trabalho não faltará a nossa presidente quando o assunto é educação. Mas quero aqui destacar que para que haja avanço em todas essas instâncias aqui citadas, é importante que haja articulação no campo educacional, não deixando de lado o objetivo principal dessa tão importante área: a aprendizagem das nossas crianças, cujo foco deve ser a formação para a cidadania. E nós, somos colaboradores e vigilantes desse processo.

BEM VIND@S A 2011!!!


Finalmente a chegada de mais um novo ano! Com ele, a esperança se renova e o desejo de que os sonhos podem se tornar realidade é cada vez mais presente em nossos pensamentos.

É  sempre assim, quando nos deparamos com o novo, a ansiedade e a curiosidade nos toma, pois não vemos a hora de conhecermos os desafios que a vida nos reserva nesse 2011 que acabara de nascer.

Com certeza, esses desafios não são poucos, e é por essa razão de ser que as nossas forças parecem se solidificar a cada passagem de ano. É como se o corpo respondesse e nos dissesse: Estou pronto, mais uma vez, para encarar o que vier pela frente!

Particularmente, estou imensamente entusiasmada com o ano que acabara de chegar. Enquanto educadora, espero que ele possa me oportunizar tantos ensinamentos quanto os que me foram oportunizados no ano que se passou. As experiências vivenciadas em 2010, tenham sido elas boas ou ruins, foram essenciais, mais uma vez, para o meu crescimento enquanto ser humano e profissional que sou. Espero, também neste ano, conhecer muito mais pessoas, compartilhar de novas experiências, trocar conhecimentos e superar muitos obstáculos. E assim, continuar na luta, em busca de uma educação de qualidade para todas as nossas crianças, pois é através da nossa ação, principalmente, enquanto educadores, que conseguiremos contribuir para a verdadeira transformação social.

Um feliz 2011 a tod@s vocês!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O QUE É O PPP?


O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade. Saiba como elaborar esse documento

Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:

- É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.

- É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

- É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:

- Missão

- Clientela

- Dados sobre a aprendizagem

- Relação com as famílias

- Recursos

- Diretrizes pedagógicas

- Plano de ação

Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo (leia as dicas práticas). "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos", diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.


Compartilhar a elaboração é essencial para uma gestão democrática

Infelizmente, muitos gestores veem o PPP como uma mera formalidade a ser cumprida por exigência legal - no caso, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Essa é uma das razões pelas quais ainda há quem prepare o documento às pressas, sem fazer as pesquisas essenciais para retratar as reais necessidades da escola, ou simplesmente copie um modelo pronto (leia os erros mais comuns).

Na última Conferência Nacional de Educação (Conae), realizada no primeiro semestre deste ano, o projeto políticopedagógico foi um dos temas em destaque. Os debatedores lembraram e reforçaram a ideia de que sua existência é um dos pilares mais fortes na construção de uma gestão democrática. "Por meio dele, o gestor reconhece e concretiza a participação de todos na definição de metas e na implementação de ações. Além disso, a equipe assume a responsabilidade de cumprir os combinados e estar aberta a cobranças", aponta Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de Pedagogia e pesquisadora do Laboratório de Observação e Estudos Descritivos da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Loed/Unicamp).

Envolver a comunidade nesse trabalho e compartilhar a responsabilidade de definir os rumos da escola é um desafio e tanto. Mas o esforço compensa: com um PPP bem estruturado, a escola ganha uma identidade clara, e a equipe, segurança para tomar decisões. "Mesmo que no começo do processo de discussão poucos participem com opiniões e sugestões, o gestor não deve desanimar. Os primeiros participantes podem agir como multiplicadores e, assim, conquistar mais colaboradores para as próximas revisões do PPP", afirma Celso dos Santos Vasconcellos, educador e responsável pelo Libertad - Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica, em São Paulo.


Os erros mais comuns

Alguns descuidos no processo de elaboração do projeto político-pedagógico podem prejudicar sua eficácia e devem ser evitados:

- Comprar modelos prontos ou encomendar o PPP a consultores externos. "Se a própria comunidade escolar não participa da preparação do documento, não cria a ideia de pertencimento", diz Paulo Padilha, do Instituto Paulo Freire.

- Com o passar dos anos, revisitar o arquivo somente para enviá-lo à Secretaria de Educação sem analisar com profundidade as mudanças pelas quais a escola passou e as novas necessidades dos alunos.

- Deixar o PPP guardado em gavetas e em arquivos de computador. Ele deve ser acessível a todos.

- Ignorar os conflitos de ideias que surgem durante os debates. Eles devem ser considerados, e as decisões, votadas democraticamente.

- Confundir o PPP com relatórios de projetos institucionais - portfólios devem constar no documento, mas são apenas uma parte dele.


Mais sobre PPP

Como fazer o PPP
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/7-elementos-essenciais-ao-ppp-610996.shtml

Bons exemplos de PPPs
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/planejamento-gestao-bons-exemplos-ppps-reais-611206.shtml

O PPP e a gestão financeira
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/ppp-gestao-financeira-caminham-juntos-551882.shtml

8 questões essenciais sobre PPP
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/questoes-essenciais-projeto-pedagogico-427805.shtml

Entrevista Celso dos Santos Vasconcellos
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/planejar-objetivos-427809.shtml


Quer saber mais?

CONTATOS

EM Bernardo Ferreira Guimarães, tel. (31) 3854-3037

EMEF Conde Pereira Carneiro, tel. (11) 5631-9575

EMEF Ezequiel Fraga Rocha, tel. (27) 3296-1075

EMEF Mario Quintana, tel. (51) 3250-5021

EMEI Francisca Pinheiro Teixeira, tel. (22) 2555-4982

EM Parque Piauí, (86) 3215-7962

UE Doutor José Ribamar de Matos


BIBLIOGRAFIA

Planejamento Dialógico: Como Construir o Projeto Político-Pedagógico da Escola, Paulo Roberto Padilha,

160 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3611-9616, 28 reais

Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico, Celso dos Santos Vasconcellos, 208 pág., Ed. Libertad, tel. (11) 5062-8515, 40 reais

Projeto Político-Pedagógico: Construção e Implementação na Escola, Cássia Ravena Mulin de Assis Medel, 128 págs., Ed. Autores Associados, tel. (19) 3249-2800, 29 reais


Fonte: Revista Nova Escola Gestão Escolar, Edição nº 11, Dez2010/Jan 2011

domingo, 21 de novembro de 2010

SEGUNDO O IPEA, SOMENTE EM 2015 É QUE O BRASIL PODERÁ CUMPRIR A ESCOLARIDADE EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO



Se mantido o ritmo dos últimos 17 anos, o país só cumprirá a escolaridade de oito anos, exigida pela Constituição, em 2015. Essa é uma das conclusões de estudo divulgado, nesta quinta (18), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Em 2009, a média de anos de estudos para a população de 15 anos ou mais era de 7,5 anos. Em 1992, o índice era 5,2. Foram necessários 17 anos para ampliar em 2,3 anos a média de anos de estudo da população. "Considerando-se essa taxa anual de crescimento, faltam, ainda, cerca de cinco anos para se atingir, em média, a escolaridade originalmente prevista na Constituição Federal, (ensino fundamental ou 8 anos de estudo)", diz o Comunicado nº 66 do Ipea.

Uma das explicações para o país estar nessa situação se deve "à elevada proporção de analfabetos entre adultos e idosos e à baixa escolarização desses cortes". O analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais é um dos grandes problemas da educação. Segundo o Ipea, a taxa brasileira é alta, mesmo quando comparada com países da América do Sul, como Equador, Chile e Argentina. A taxa de analfabetismo, ou seja, a proporção de analfabetos na população, tem caído constantemente. No entanto, o número total de analfabetos tem se mantido em torno de 14 milhões de pessoas. É considerado analfabeto o indivíduo que não consegue ler e escrever um bilhete simples.
Desigualdades

A média atual de anos de estudo, que em termos absolutos está abaixo do que prevê a legislação, ganha outros contornos quando se leva em consideração caracaterísticas como a distribuição geográfica, a renda e o quesito cor/raça.

Na categoria localização, a população urbana/metropolitana tem, na média, 3,9 anos de estudo a mais que a população rural, atingindo 8,7 anos de estudo. Quem mora na área rural tem, em média, 4,8 anos de estudo. Quando se trata do quesito cor/raça, observa-se que os negros têm menos 1,7 ano de estudo, em média, que os brancos. Os brancos estão com média de 8,4 anos enquanto os negros possuem 6,7 anos de escolaridade. Em 1992, a diferença era maior -- de 2,1 anos.

Chama a atenção a diferença entre as faixas de renda. "Independentemente da categoria selecionada, os mais ricos sempre estão em melhor situação do que os mais pobres", diz o estudo. Há uma diferença de 5,2 anos de escolaridade entre os mais ricos e os mais pobres.

Fonte: Uol Educação

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

SEMINÁRIO DISCUTE A EDUCAÇÃO AFRO BRASILEIRA EM ALAGOAS


No próximo dia 24 de novembro, o Fórum Alagoano em Defesa da Educação Infantil e o Fórum Alagoano de Diversidade Étnico Racial estarão promovendo o Seminàrio "Relações Raciais e Políticas Educacionais: Repensando a educação afro brasileira em Alagoas".

O evento será realizado no auditório da Secretaria Estadual de Educação de Alagoas e contará com a presença de professores da Universidade Federal de Alagoas e de membros dos fóruns mencionados anteriormente.

O evento é gratuito e aberto a toda sociedade alagoana.

Abaixo segue a programação:


SEMINÁRIO RELAÇÕES RACIAIS E POLITICAS EDUCACIONAIS: REPENSANDO A EDUCAÇÃO AFRO BRASILEIRA EM ALAGOAS.


8h30 - Abertura: MALUNGOS DO ILÊ

9h - Palestra: A DISCRIMINAÇÃO RACIAL NOS LIVROS INFANTIS (Prof. NANCI REBOUÇAS/ UFAL)

Objetivo: Discutir os livros infantis numa perspectiva de desconstrução de estereótipos e preconceitos.

11h - Debate

INTERVALO PARA O ALMOÇO

13h30 - Palestra: A CONSTRUÇÃO POLÍTICO PEDAGÓGICA DO 20 DE NOVEMBRO (Prof. ZEZITO DE ARAUJO- UFAL)

Objetivo: Entender o processo histórico do 20 de novembro pelo movimento negro brasileiro e seu desdobramento em políticas publicas na Serra da Barriga, nos sistemas de ensino.

15h - Debate

16h - Encerramento

FORMAÇÃO EM EAD


Preocupada com a necessidade de difundir o conhecimento acerca da *EAD, a Fundação Joaquim Nabuco está com inscrições abertas para a 3ª turma do Curso "Explorando o universo da educação a distância".

Aqueles que participarem desta formação terão  a oportunidade de explorarem o universo da educação a distância através de um curso predominantemente on-line e gratuito, onde serão abordados os principais conceitos relacionados à essa temática.

As vagas são limitadas, portanto, acesse o link do curso na sessão "DICAS" (barra lateral direita do blog) e realize agora mesmo a sua inscrição. Boa sorte!

*EAD - Educação a Distância

domingo, 14 de novembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA COM A COMUNIDADE



Em nosso país são inúmeras as ações de cunho não governamental que surgem para melhorar os problemas educacionais existentes, principalmente aqueles que emergem pela ausência ou simplesmente pela ineficácia das políticas públicas na área em questão.

Muitas dessas ações acabam conquistando resultados palpáveis e bastante animadores para aqueles que partipam de tal processo, e uma das peças-chave para a conquista disso é o trabalho conjunto com a comunidade local onde tais ações são desenvolvidas.

Essa união entre comunidade e entidade(s) interessada(s) permite não somente intensificar a ação que se pretende desenvolver em uma determinada região, mas também transforma o próprio processo  em algo libertador, onde a comunidade atua como protagonista na luta pela melhoria dos problemas locais, bem como na conquista das soluções para tais.

Infelizmente, mesmo sabendo da importância de questões como essas, ainda há as entidades que teimam em fazer o oposto. Essas, chegam a passar anos investindo em estratégias mirabolantes, planejando milhões de ações, promovendo as mais diversas atividades, mas acabam pecando no essencial: na articulação com o povo. A vontade de melhorar o problema, as vezes, é tamanha que  acabam esquecendo que num processo como esse não se pode, a todo momento momento "fazer para", mas se "fazer com". As vezes, as intenções podem ser as melhores do mundo, mas de nada vão adiantar se não houver um trabalho de mobilização social, fazendo com que as pessoas da comunidade em questão se articulem, participando do processo do começo até o fim.

É preciso ter em mente que isso não é somente uma sugestão que dá certo, mas o caminho que vai garantir o empoderamento das pessoas e, como consequência disso, a sustentabilidade da ação. Afinal de contas, um bom projeto social, precisa ter começo, meio e fim e a sua continuidade não cabe aos técnicos, mas ao povo, que deve ser parte essencial da ação, pois é o próprio povo que vai monitorar, modificar, adaptar e até criar novos projetos, pois os problemas de uma comunidade, sejam eles  na área educativa ou em qualquer outra instância, é algo bastante flexivo, que vai depender ,principalmente, da necessidade que as pessoas têm em um dado momento.

Lembro-me, que há bem pouco tempo atrás um dos maiores problemas no campo educacional brasileiro era o acesso. Hoje, a grande maioria de nossas crianças estão na escola. O problema agora é a qualidade da educação que o sistema tem oferecido a elas. Como vemos, é um outro problema, o que subtende, novas ações, mas não, necessariamente, a exclusão da participação popular dessa responsabilidade.

Como disse Raul Seixas, na música Prelúdio "Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade".

domingo, 31 de outubro de 2010

TECNOLOGIA E PROFESSORES


A nova era tecnológica vivenciada em pleno século XXI está a cada dia mais presente na vida de todos nós. Independente de fatores sociais e financeiros, a tecnologia vem se expandindo na vida das pessoas, todos os dias numa velocidade gritante.

O computador, que conta com o apoio do recurso da internet - a grande rede mundial de computadores - é, sem dúvida, um dos meios mais fascinantes e vem conquistando cada vez mais adeptos de todas as idades em várias partes do mundo.

No Brasil, essa realidade também acompanha adultos e crianças, e como não podia ser diferente, é um dos grandes atrativos em muitos dos espaços escolares que conseguem utilizar com inteligência o poder de tal ferramenta para dinamizar o processo educativo e com isso enriquecer o aprendizado dos alunos.

Por conta desse crescimento o uso dos meios digitais na educação tem sido alvo de muitas pesquisas, e algumas delas já conseguiram comprovar aquilo que muitos professores haviam constatado por meio de suas práticas mais inovadoras: que as mídias digitais contribuem para a melhoria da aprendizagem dos alunos.

Ao contrário do que algumas pessoas possam imaginar o uso desses recursos não são somente necessários junto aos adolescentes ou adultos, mas principalmente às crianças. Eu diria, inclusive, pela observação que tenho feito de práticas que acontecem no meu cotidiano, que já a partir dos quatro anos de idade é possível desenvolver um trabalho relacionado à informática educativa de forma bastante dinâmica e com eficácia, pois nessa fase há um desejo muito grande de experimentar o novo, de manusear, de descobrir... E são essas características que torna a experiência construtiva, pois as crianças, nessa fase, superam os próprios limites em busca das novas descobertas.

Com os maiores, há uma diversidade incrível de experiências de sucesso, principalmente com o uso de blog´s, que tem sido um grande diferencial nas aulas de muitos professores.

É importante destacar, que mesmo sendo algo inovador, é necessário que haja muita pesquisa e um planejamento consistente, com metas e objetivos bem claros, do contrário, o que era para tornar o processo educativo diferente, acaba se transformando em mesmice, e em nada vai contribuir para o enriquecimento da aprendizagem do aluno.

Independente das dificuldades encontradas cabe ao professor dá o primeiro passo, principalmente se não quiser ficar alheio ao que acontece no contexto que ele, aluno e escola estão inseridos. Não dá mais somente para vivermos de quadro negro e giz, há muitas linguagens que precisam e devem ser exploradas, e as linguagens dos meios tecnológicos, principalmente, do computador, que traz “à tiracolo” a grande rede mundial que envolve as mais diversas ferramentas sociais que conhecemos, são mais do que necessárias no processo ensino-aprendizagem, pois elas são capazes de oferecer elementos que só enriquecem o encontro de quem ensina com quem aprende, mesmo sabendo que ao final todos somos aprendizes dentro de um processo educativo.

domingo, 17 de outubro de 2010

DICA DE CURSO: APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS



O Instituto Paramitas está oferecendo o curso Aprendizagem Baseada em Projetos promovido pela Intel. Uma nova série de cursos na web para auxiliar professores a desenvolver melhor a aprendizagem dos seus alunos com o auxílio de tecnologias. O primeiro desta série de cursos é o “Aprendizagem com projetos”. O curso tem carga horária de 60hs para os educadores que realizarem o curso e elaborarem o Plano de Aula. Neste curso é possível explorar características e benefícios da Aprendizagem por meio de Projetos usando cenários de sala de aula reais. Dentre os assuntos abordados nos módulos destacamos:

-Visão geral de projetos;
-Concepção de projetos;
-Planejamento de projeto;
-Orientação de aprendizagem;
-Avaliação.

O curso oferece oportunidades de aplicar os conceitos adquiridos em Planos de Ação reais.

VANTAGENS DO CURSO:

-Curso focado nas necessidades dos professores, com foco no desenvolvimento de projetos;
-Metodologia de aprendizagem colaborativa: os professores podem interagir com outros educadores para a construção do projeto;
-Curso totalmente on-line, rompendo barreiras de tempo e espaço;
-Liberdade de navegação, de modo que os participantes poderão definir o próprio percurso de aprendizagem.

Aqueles que tiverem interesse e acreditam que podem concluir o curso até o final, pois isso é muito importante  para não tirar a oportunidade de outras pessoas que também gostariam de fazer o curso, é só acessar o link para efetuar a matrícula, aqui mesmo no BLOG, na coluna lateral direita, sessão "DICAS". Além da inscrição, é possível ter outras informações sobre o curso.

Não percam tempo e boa sorte!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DIA DE QUEM?




Quem me conhece sabe o quanto abomino essa história  de comemoração de algumas datas tidas como "comemorativas", principalmente, porque  no final das contas a data em si não faz menção à comemoração nenhuma. Na grande maioria dos casos, ou são modismos criados pelo mercado capitalista para lhe gerar muito mais lucro , ou refletem lembranças bastante desagradáveis que ao invés de serem chamadas "comemorativas" deveriam ser chamadas de "reflexivas" ou até mesmo "reivindicativas".

Em relação ao dia de hoje, por exemplo, tido oficialmente aqui no Brasil como o "dia do professor", a situação não é tão diferente assim. Pude perceber, ao longo do dia, o quanto as pessoas se cumprimentaram, o quanto desejaram felicidades aqueles que são professores... Mas será que alguém sabe o que realmente se comemora? Ou melhor, será que , de fato, existe algo a ser comemorado por traz desse dia? Há reflexões sobre isso?

Revisitando um pouco a história brasileira percebo que a minha indignação com certas "comemorações" não é à toa, e quanto ao dia de hoje, a situação é bem mais complexa do que eu imaginava.

Há  um bocado de anos atrás, exatamente em 15 de outubro de 1827, foi outorgado, por D. Pedro I, um decreto imperial  que se tratava, mais especificicamente, da primeira Lei geral relativa ao Ensino Elementar. Essa lei, conforme aponta os registros da época, tratou dos mais diversos assuntos, desde a descentralização do ensino, remuneração dos professores e mestras, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão de professores até  as escolas das meninas.  Puxa, que maravilha! Dito assim, de forma bem geral parece que se trata da melhor coisa do mundo. E se fosse verdade, realmente eu me redimiria, engoliria as minhas humildes palavras e seria a primeira a aplaudir  pela grandiosidade do dia. Mas ao que me parece, essa era a proposta- de ser algo melhor, que contribuísse para o avanço do ensino.Se isso foi colocado em prática, ou se ao menos aconteceu em algum momento é uma outra história.
Mas uma coisa é certa: vocês sabem qual a primeira contribuição dessa "bendita" Lei, ainda em de 15 de outubro de 1827? Foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar, para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Quanto às meninas, pobres coitadas! Sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas das noções de geometria. Mas haveria algo muito "bom", "oportuno" e bastante "pertinente" para as pobres infelizes.Sim, as tão famosas "prendas": costurar, bordar, cozinhar... Tudo em prol da economia doméstica. Teria destino melhor para as mulheres daquela época?

Não quero aqui me prolongar em questões que não são centrais, mas todos nós sabemos a verdadeira  resposta para tal pergunta, não é mesmo?

Bom, é evidente que o tempo passou e que houve avanços em relação à referida lei, mas afirmar, depois de tal exposição que há algo a se comemorar é um tanto contraditório para quem se diz educador. Afinal de contas, mesmo anos depois a mulher, principalmente negra e índia continua pertencendo às classes mais marginalizadas; A descentralização das escolas, em muitos locais, só acontece no papel; o salário dos professores é o grande gargalo de todos os tempos, e a resposta, muitas vezes insensata, para explicar grande parte dos problemas educacionais. E o currículo, meu Deus! Esse sim, continua mais elitista do nunca. Fortalecendo o reinado da burguesia e fragilizando àqueles que mais precisam.

Aos educadores, de fato, aqueles que lutam diariamente pela mudança desta realidade, os meus parabéns, não somente por hoje, mas por ontem, por manhã, por depois e por todos os demais dias em que continuarão lutando pela tão sonhada transformação social.

LENDA SOBRE O PROFESSOR



Conta a lenda que quando Deus liberou o conhecimento sobre como ensinar os homens determinou que aquele "saber" ficaria restrito a um grupo muito selecionado de sábios. Mas, neste pequeno grupo, onde todos se achavam "semi-deuses", alguém traiu as determinações divinas... Aí aconteceu o pior!

Deus, bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º - Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.

2º - Não verás teu filho crescer.

3º - Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.

4º - Terás gastrite, se tiveres sorte. Se for como os demais, terás úlcera.

5º - A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o china in box.

6º - Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.

7º - Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho;

8º - Dormir será considerado período de folga; logo, não dormirás.

9º - Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.

10º - As pessoas serão divididas em 2 tipos: as que ensinam e as que não entendem (a melhor!).

11º - A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém a cafeína não te fará mais efeito.

12º - Happy Hours serão excelentes oportunidades de ter algum tipo de contato com outras pessoas loucas como você.

13º - Terás sonhos, com cronograma, planejamento, provas, fichas de alunos, provas substitutivas e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.

14º - Exibirás olheiras como troféu de guerra.

15º - E o pior: inexplicavelmente gostarás de tudo isso...

Autor Desconhecido

domingo, 10 de outubro de 2010

CONSULTA PÚBLICA SOBRE ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Agora, aquele que tem interesse pode debater com os consultores do MEC as Orientações Curriculares da Educação Infantil.


As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, aprovadas em 17 de dezembro de 2009 determinam que cabe ao Ministério da Educação elaborar orientações para a implementação dessas diretrizes. Visando atender essa determinação, a Secretaria de Educação Básica, por meio da Coordenação Geral de Educação Infantil, está elaborando orientações curriculares num processo de debate democrático e com consultoria técnica especializada sobre diferentes eixos e experiências da educação infantil. O objetivo principal é contribuir com o trabalho do professor.

No período iniciado em 13 de setembro e que se encerrará em 30 de outubro aquele que tiver interesse e quiser participar pode enviar suas sugestões, críticas e propostas. Os documentos preliminares estão à disposição de gestores, conselheiros, técnicos, professores, pesquisadores e da comunidade para consulta e colaboração. Envie sua mensagem diretamente ao autor e com cópia para consultapublicacoedi@mec.gov.br.
Leia abaixo os textos elaborados pelos especialistas e expresse, desde já, sua opnião:

Zilma de Moraes Ramos de Oliveira

Maria Carmen Silveira Barbosa

Tizuko Morchida Kishimoto

Iza Rodrigues da Luz

Damaris Gomes Maranhão

Márcia Gobbi

Mônica Correia Baptista

Priscila Monteiro

Léa Tiriba

Ana Paula Soares da Silva

Hilda Micarello

Fonte : MEC

sábado, 9 de outubro de 2010

É PRECISO OUVIR AS CRIANÇAS


Sociólogo da infância aponta a necessidade de percebê-las como um grupo com ideias próprias, distinto dos demais, e diferenciado entre os indivíduos que o compõem

A sociologia da infância se propõe a construir a primeira fase da vida do ser humano livre de interpretações nas quais as crianças se desenvolvem independentemente da construção social, das suas condições de existência e das representações e imagens historicamente construídas sobre e para elas. Trata-se de uma área nova, recém-desbravada por pesquisadores de todo o mundo. Manuel Jacinto Sarmento, diretor do Centro de Educação da Universidade do Minho, em Portugal, é um deles. "Os estudos têm dito, há 20 anos, de maneira enfática, que os pequenos necessitam ser conhecidos em sua verdadeira realidade."

Durante visita ao Brasil para uma série de encontros, eventos e visitas, Sarmento concedeu entrevista à repórter Cristiane Marangon logo após sua exposição em um congresso de educação infantil realizado em Maceió (AL). "Tenho aprendido muito com os brasileiros e com suas experiências concretas de vida. Há muita troca de conhecimento e esses intercâmbios também são de muita aprendizagem."

É possível definir um tipo de infância?
Essa questão é controversa e muito debatida por diferentes autores. Alguns dizem que é necessário falar da infância no singular para tratá-la como categoria social. Os sociólogos que trabalham com essa visão se preocupam com indicadores sociais de demografia ou de economia e também de natureza simbólica. Na demografia, procura-se perceber de que modo o grupo infantil estabelece relações de porcentagem com outros agrupamentos populacionais e quais são os diferentes espaços que ocupam na sociedade. Do ponto de vista econômico, entende-se que as crianças, com exceção daquelas vinculadas ao trabalho infantil, se caracterizam por não participar da economia e, por isso, não são importantes como classe econômica. No simbólico, as concessões que existem traduzem-se nos modos de agir dos adultos em relação às crianças. Há também os sociólogos que trabalham na base interpretativa ou crítica, que tendem a encontrar e pluralizar as formas de infância. Consideram que a ação caracteriza a categoria pelos desempenhos coletivos e individuais, que são atravessados pelos gêneros, pelas classes sociais, pelas etnias, pelas diferenças que dizem respeito ao espaço no mundo e tendem a enfatizar que existem várias infâncias.

E qual é o seu entendimento sobre a infância?
Não é possível dizer que há uma única infância. Necessitamos articular as concepções para perceber o que é comum a todas as crianças. Na minha opinião, ela deve ser percebida como um grupo geracional, distinto do mundo adulto. As crianças são diferentes umas das outras e, nessa diversidade, há fatores sociais acentuados, que não são puramente individuais. Por exemplo, há elementos comuns por uma parte de tempo de suas vidas, pois vivem sob a guarda de responsáveis, já que não são capazes de ficarem sozinhas. No entanto, isso mudou ao longo do tempo. A independência delas tem sido retardada em relação ao que ocorria há 20 anos. A entrada no mercado de trabalho se dava mais cedo e, por isso, ficavam longe da guarda de seus pais precocemente.

Como a infância tem sido interpretada pelos adultos?
Vivemos em um tempo em que há uma coincidência de várias concepções - desde que a criança deve ser submetida a processos rigorosos de controle de autoridade até a que ela, sendo um ser de direito, precisa ser respeitada na sua autonomia. Essas representações são bem diferenciadas e acompanham a história da humanidade nos últimos 250 anos. É possível dizer que há dois polos. Um deles é que a criança é um ser irracional e imoral e, por isso, deve ser submetida a processos de racionalização e moralização, que acontecem pela educação, seja familiar ou escolar. A outra concepção é que a criança é naturalmente boa e que, para educá-la, basta sustentar e apoiar seu desenvolvimento. Vale ressaltar que essas compreensões são produzidas, principalmente, na sociedade ocidental e disseminadas pelo mundo. É preciso que todos saibam que existem infâncias diferentes. No Brasil, por exemplo, há comunidades indígenas em que só se deixa de ser criança ao se tornar pai ou mãe.

Como o docente pode chegar mais perto do que as crianças pensam para estabelecer uma comunicação mais adequada?
A escola foi edificada com base em um modelo cognitivo, ou seja, um entendimento de homem, de sociedade, de cultura e de criança, que sempre formou os educadores. A instituição escolar é pensada como um lugar de transmissão de cultura para um sujeito que está inserido na sociedade e em processo de transição. A passagem pela escola serve para que isso seja garantido. Ela está centrada na comunicação, portanto, no poder do adulto sobre a criança, pois se supõe que os pequenos são seres em desenvolvimento e passam por várias etapas. No entanto, os estudos da criança têm dito, há 20 anos, de maneira muito enfática, que elas necessitam ser conhecidas em sua verdadeira realidade. A própria psicologia tem desmentido as etapas de desenvolvimento concluídas por Jean Piaget, consideradas adultocêntricas, pois o desenvolvimento humano é feito em contextos sociais e culturais. Não há linearidade e nem teleologia que independam de contexto e também de circunstância em que se encontram os pequenos. Precisamos trabalhar em uma renovação na concepção que forma os professores, pois eles decidem o trabalho nas escolas.

Quais são os danos para as crianças mais afastadas culturalmente da escola?
Elas reagem desenvolvendo estratégias de sobrevivência, como abandonar a escola precocemente e procurar sentido para a vida fora desse espaço. Isso nada mais é que uma atitude de resistência. O indivíduo encontra satisfação e referência pessoal no contato com amigos e vizinhos e, por isso, passa a criar aspirações e expectativas compatíveis com essas motivações. No entanto, é importante destacar que há benefícios mesmo quando há danos, pois essas crianças encontram duas coisas fundamentais na escola: um espaço público e de convivência. No primeiro caso, elas são reconhecidas como membros de uma sociedade, o que é simbolicamente importante. No segundo, é fundamental conviver com outras crianças e poder desenvolver as culturas de pares. É claro que pode haver outros benefícios, mas isso depende da capacidade que a escola tem de gerir sua autonomia e de ir ao encontro dos que estão mais afastados de sua cultura, promovendo relações, produzindo seu conhecimento a partir do que se percebe e, nessas circunstâncias, poder lidar e gerir mais adequadamente o abandono, se ele acontecer.

O senhor defende que as crianças participem de maneira ativa na vida social. De que maneira?
A participação da criança na sociedade é um elemento novo que está expresso no documento A Convenção sobre os Direitos da Criança, das Nações Unidas, de 1989, em que se consagrou a ideia de que a criança não pode ser ignorada em sua opinião sobre os aspectos que lhe dizem respeito, atendendo à capacidade que ela tem de exprimir a própria opinião. Sua participação social significa que o conhecimento que ela tem deve ter voz, deve ser auscultada e deve ter efeito, ou seja, influenciar seu modo de vida. Atualmente há um movimento nas cidades amigas da criança, cujo eixo central é ouvi-las na formulação de políticas públicas no que diz respeito ao mobiliário, ao equipamento, à mobilidade, à programação de atividades etc. Elas deveriam ser ouvidas também politicamente e isso não tem a ver com o fato de ter direito a voto, ainda que não seja uma ideia não instrumentada. Isso acontece em alguns grupos sociais. Em uma comunidade indígena brasileira, por exemplo, sempre que há um assunto importante, todos se reúnem em assembleia e têm direito de exprimir opinião. A decisão cabe aos mais velhos, mas sempre depois de ouvir a todos. Inclusive, as mulheres grávidas podem falar duas vezes porque é considerado o filho que se desenvolve no seu ventre. Isso é a ruptura com um modelo mental do nosso tempo em que a criança não tem participação política porque não fala.

Como funcionaria na prática?
Trata-se de criar dispositivos institucionais para auscultação das vozes das crianças por meio de inquéritos de opinião, caixas de sugestões, linhas de comunicação - seja telefônica ou pela internet - e realização de processos de audição. Isso pode, em alguns casos, nomear representantes dos grupos infantis organizados com seus conselhos para serem ouvidos. É um modelo que reproduz as democracias ocidentais. Essa atitude necessita ser permanente, não pode se esgotar no dia a dia e precisa de dimensão mais profunda, seja na escola, na cidade ou na família. Há vários municípios que desenvolvem atividades e projetos assim. Os mais conhecidos são os de algumas cidades italianas.

Muitos produtos direcionados ao público infantil são feitos por adultos e, inclusive, carregam os valores do mundo adulto. De que maneira isso influencia a vida das crianças?
Na cultura industrial, em que os conteúdos e os produtos são feitos pelos adultos para o consumo infantil, nunca se deixa de reproduzir os estereótipos do mundo adulto. Walt Disney, por exemplo, tem uma produção cultural própria de grande difusão com conceitos e valores identificados como patriarcais, paternalistas, conservadores, que revelam padrões de uma família burguesa ocidental em que raras vezes se encontram modelos diferentes dos brancos anglo-saxônicos. Essas produções também são formas culturais influentes e com muita capacidade de atração. Isso se deve ao fato de elas jogarem na dimensão da ficcionalidade, que é importante na cultura da infância, ou seja, na transposição imaginária do real e da ludicidade. Alguns estudos têm mostrado que há uma grande homologia entre os movimentos imaginários dos adultos e os das crianças na produção da indústria cultural infantil e que essa relação vai acompanhando o fluxo dos tempos.

O senhor afirma em seus estudos que as crianças são produtoras de cultura. Como é possível, se elas são influenciadas pelos adultos?
As crianças não estão sob a tutela dos adultos o tempo todo. Elas sofrem processos de socialização na relação com os pais, as famílias, os vizinhos e os professores, mas também se envolvem socialmente com seus pares. Nas brincadeiras e nos jogos, seja em tempo real ou virtual. Isso é comum e importante. Mesmo atravessadas pelos adultos, elas produzem culturas próprias. É comum atribuir ao adulto o título de produtor cultural, mas é importante ressaltar que eles também são atravessados pelas culturas que herdaram. Não há diferença sobre a condição do adulto como produtor cultural e a da criança. O pintor Pablo Picasso, por exemplo, foi um produtor cultural revolucionário, que alterou muito a cultura ocidental e fez muitas relações com as quais convivia. Produção cultural, mesmo quando genial, é sempre feita na relação. É importante que as crianças produzam a própria cultura nas condições que têm para fazer isso.

Fonte: Revista Educação, Edição 161, Setembro de 2010